Provence e Saint Tropez com crianças

Querida amiga expatriada,

vamos falar sobre viagens em tempo de corona? O quê? Sua loucaaaa … pois é, vamos começar do começo (bem redundante mesmo). Aqui, na Europa, nós cumprimos a quarentena certinho. A maioria dos países teve uma quarentena bem restrita, e por isso estamos livres (nas ruas) mas respeitando o distanciamento social.

Sendo assim, nós optamos por viajar na primeira semana de férias. Já que as férias escolares, por aqui, começam dia 06 de julho. Pensamos que estaria menos lotado. Dito e feito. Melhor escolha ever evahhhh! 

Tudo estava mais vazio, mas na volta (uma semana depois) o trânsito já estava caótico mesmo.

Viagem de carro

Nós viajamos de carro. Saímos de Amsterdam no sábado, 29 de junho. Atravessamos a Bélgica, e dirigimos até Lyon. Dormimos por lá. No dia seguinte, passeamos por Auvignon e Valensole. Chegamos em Saint Tropez no final do dia.

Na volta, paramos em Aix-en-Provence e dormimos em Nancy, França. No dia seguinte, cortamos Luxemburgo e a Bélgica até chegar na Holanda.

Nos postos de gasolina/ paradas tinham muitas pessoas de máscaras. Em Luxemburgo, era obrigatório usar nas paradas.

Minha filha mais velha enjoa demais no carro, porque está acostumada com transporte público. Pois é! Tinha que ter um perrengue chique, né? 🙂

Fazendinha em Lyon

Minhas filhas AMAM os animais. A Vic gosta mais do que a Valentina, então optamos por hospedarmos em uma fazendinha. Foi DEMAIS!

Esse é o link do AIRBNB

Super-mega-ultra-power indico! Os donos são muito queridos. Tudo super limpo e muito bem reformado. Novinho mesmo.

As meninas deram comida, de noite e de manhã, para a cabra e coelhinhos. Tinham galinhas também (adoro azamigas! #sqn :-))

Provence

No dia seguinte, seguimos viagem para a Provence.

Para quem não conhece, a região é linda demais e tem mil cidades lindas, como: Arles (conhecida pelo Van Gogh), Carriere de Lumiere, Gordes e etc. Na estrada toda tem muitos campos de lavanda e girassóis também.

Auvignon

Nós paramos em Auvignon. Passeamos pelo centro. Eu queria visitar o Palácio dos Papas, mas estava fechado. Azamigas, recomendo dar uma pesquisada antes porque muitas coisas ainda estão fechadas, como: palácios, igrejas e museus devido ao Covid.

Almoçamos em frente ao Palácio, ao ar livre, e uma comida deliciosa. França sendo França! Amo demais! Para fechar, tomei sorvete na Amorino, minha sorveteria predileta no mundo. Cada sorvete vem em formato de pétala e ainda pode pedir um macaron. Coisa chic e saborosa, mesmo!

Seguimos a viagem de carro para os campos de lavanda e girassóis.

Valensole

Eu já vi lavandas em UK. Tem um campo bem lindo que eu ía todos os anos, chamado Mayfield Lavender, mas Valensole deixa no chinelo qualquer campo. Sério!!! Tem lavandas que não acabam mais. Lindo demais. O cheiro é inesquecível.

Hoje eu entendo porque Van Gogh pintava lindos girassóis. E olha que coisa mais linda!

Aix-en-Provence

Na volta, dirigimos 1h30 até essa cidade linda. É bem grandinha. Visitamos uma colega de trabalho do meu marido, na casa dela. E depois almoçamos no Jardim Manzarim. Delicioso!!!

Passeamos pelo centro da cidade. Fofa demais.

Saint Tropez

Nós já fomos para ST Tropez há 3 anos com as meninas. Tem mais dicas nesse POST AQUI! 

Para meu marido, essa é a praia predileta. Ficar deitado na cama, comer bem, aquele mar lindo e refrescante. Por isso, voltamos. E em tempos de corona, não queríamos fazer turismo somente relaxar mesmo.

Hospedagem

Esse foi o melhor AIRBNB que já fiquei na vida. Sério! A localização é perfeita, tem um super quintal para as crianças, o chuveiro do lado de fora sai água quente então as meninas tomavam banho por lá mesmo, tudo super novinho, muito bom gosto, piscina com quase ninguém e pertinho de tudo.

Dinheirossss! Sim, temos que falar sobre isso. 

Azamigas, essa é a primeira e mais importante dica. É uma cidade MUITO cara! Então já vá sabendo disso, não adianta esse papo que vai gastar menos e tal, porque é impossível. Não dá! Nós pagamos um preço muito bom pelo Airbnb, mas gastamos horrores na praia.

Eu amo compritchas, tipo lembrancinha, passei a semana sem comprar nadica. Não dava mesmo. Só comprei um azeite de limão. Os vestidos custam uns 350 euros no mínimo, as bolsas são caríssimas e não existe nada barato.

Sabe a cara da rhyquezah? Então, lá é para “MILHO”nário. Portanto, vá sabendo que precisa cagar dinheiro. Vai voltar pobre, mas bronzeada.:-)

Para você ter uma idéia, a cadeira da praia custa 45 a 60 euros somente UMA. Sim, é o preço de comprar uma cadeira e levar para a casa. Um casal vai pagar 120euros, só para sentar no first row da praia, ou seja, tipo uns 800 reias. Surreal! Coca custa 8 euros. Os pratos saem 25 euros quando o preço for em conta.

Como essa é a ÚNICA viagem do ano, aceitamos isso.

Beach Clubs

Nós ficamos das 10h- 18h todos os dias, juro! Tem 122mil beach clubs. Eu fui e indico:

  1. La Tropezina: meu preferido! Já fomos há 3 anos, e dessa vez fomos 3 vezes. Fica na ponta da praia. É mais privado. Tem um pier, as meninas amaram pular na água no pier. O mar é mais calmo. A comida é A MELHOR!!! Todos os pratos são maravilhosos, simplesmente todos. Tem de tudo: idosos, crianças, xooovens, top less e cachorrinhos. Eu voltaria 122mil vezes.
  2. Lou Lou: amei!!! As cadeiras de praia são menos caras. Se você for com criança, vao te obrigar a ficar no first row (mais caro). O almoço é mega animado. Pedimos um vinho rose Miraval – da vinícola do Brad Pitt e Angelina Jolie.
  3. Byblos: para ver e ser visto. As cadeiras da praia são tipo o colchão que eu durmo em casa. Rhycah! Lojinha apenas da Missoni dentro. A comida é bem mais cara, mas não tao boa feito os outros. Aquela coisa mais francesa três chic mega elaborada com flores dentro e no final muito chiquetosa para pouco sabor.

Se você curte almoço com balada forte e música alta, tem o Lou Lou, Bagatelle e Club51.

Centrinho

Eu levava roupa para elas e para mim, tomava banho no chuveirão da praia do Beach Club e saíamos direto a noite. Todos os dias comíamos crepe ou waffle em um quiosque na Place des Lices. Delicia!!! Passeávamos pelas ruazinhas, centrinho e região do porto. Delicia de clima e cidade.

Feirinha Place des Lices

Antes do corona, tinha toda terça e sábado, mas agora somente nos sábados das 8h-13h. TEM que ir! Meu marido foi ao mercado, e eu escapei com as duas para lá. Fiquei doida mesmo! Primeiro porque estou no rolê de ficar 1 ano sem comprar roupa (estou conseguindo, milagre!). Depois porque eu queria comprar tudo. Tem desde pão com trufas até bolsas de palhas lindas. Comprei uma bolsa de palha com couro por 29 euros. Para as meninas, comprei vestidinhos e bolsas de palhas também.

Ficamos uma semana no paraíso e voltamos de carro.

Glamping no estábulo em Nancy, França.

Na volta, dormimos em um glamping. Olha, não tem nada a ver comigo mas minhas filhas AMAM, então bora lá! Foi uma experiência bem legal. Era um trailer pequeno bem no meio dos cavalos. Elas deram comidinhas, fizeram carinho em um bebe de cabra e podia anda a cavalo mas tivemos que sair cedo.

É uma hospedagem total roots, não tem tolha de mesa, pratos e copos. Juro. Tudo bem simples, mas super mega indico, nessa pegada, esse AIRBNB

 

Quarentena na Holanda

Querida amiga expatriada,

faz tempo que eu não apareço por aqui. Realmente, minha vida e a de todo mundo virou de ponta cabeça nos últimos meses. Não, não estamos no mesmo barco. Para a grande maioria dos brasileiros está MUITO difícil esse período, sem trabalho e comida.

Queria contar, e acima de tudo registrar, como foi nossa quarentena na Holanda.

Todo mundo achava que 2020 seria O ANO!!! Eu pulei ondinhas na praia, passamos em família no Brasil e tudo indo super especial. Voltamos do Brasil, fui para Londres a trabalho. Thiago foi para os EUA e Austrália, a trabalho, também.

Não costumo viajar em fevereiro, no break de inverno na escola, porque eu detesto passar perrengue chique no frio. Não acho a menor graça viajar no frio. Meu marido tirou dois dias de folga para passear com as meninas, e eu trabalhei. Acima de tudo, eu nao curto o mês de fevereiro, porque depois de meses usando casaco (desde setembro), já não aguento mais e consegue esfriar mais ainda. Portanto, é o mês que eu tiro para planejar e comprar TODAS as férias do anos. Migs, comprei todas as passagens do ano para Filipinas, Dubai, Istambul, Egito, Romênia e Malta. SIM, baita ano!

Até que foi tudo muito rápido. Depois do break de fevereiro, a escola das minhas filhas colocou todas as famílias que viajaram para a Itália e Ásia em quarentena. Tudo muito estranho. Minha empresa marcou minha viagem para Londres novamente, e meu marido iria na mesma semana. De repente, tudo cancelou. As empresas cancelaram todas as viagens de um dia para outro.

Lembro que no dia 13 de março saí para comemorar o aniversário de uma amiga. Fui jantar na casa de outra amiga, e dia 14 de março (sábado) nos trancamos em casa por dois meses.

Quarentena na Holanda

A quarentena na Holanda não foi lockdown. Na Europa, a quarentena foi muito restrita para Itália, Espanha e França. Aqui, no começo, não podíamos sair. Somente para mercado e farmácia. Era uma recomendação do Primeiro Ministro. Todas as empresas se adaptaram ao home office.

Realmente, eu não sai. Saia para sacar dinheiro e meu marido fazia as compras de mercado.

Eu faço home office há quase três anos. Então achava que iria ser ok, mas home office é uma coisa e tentar trabalhar em casa no meio de uma pandemia é outra.

Meu marido comprou on-line mesas na Ikea para as meninas e para ele. Montamos tudo. Me organizei. Criei uma agenda. Estava disposta a ganhar o prêmio Mãe do Ano! Rá! Que piada. Foi simplesmente uma boxxxxxta, aliás boxta para todos os lados até no ventilador.

Eu chorei TODOS os dias nas três primeiras semanas. Sério! Eu simplesmente não conseguia dar conta. Meu trabalhou duplicou de um dia para outro. Calls que não acabavam mais. As meninas sempre apareceram e tudo ok, mas agora era mico atrás de mico. Vic disse, em inglês, no meu call que eu tinha bunda grande, acreditam? Outra dia disse que a perereca estava doendo, pelo menos dessa vez em português. Se fosse só isso, tudo bem. Eu trabalho em vendas, e a pressão aumentou demais.

Por outro lado, reconheço todos os meus privilégios: tínhamos emprego e saúde.

Homeschooling

Que poha é essa? Eu nunca sonhei, quis ou levo jeito para ser professora. Eu valorizo e agradeço muito todos os professores do mundo. Nossa, sério! Tem que ter muito talento e paciência. Eu sempre dei muitos presentes para os professores. Eles merecem! Eles merecem! Eles merecem!

Aqui a falta de foco das minhas filhas era total. Não nos acertamos por umas três semanas. Até que eu resolvi acabar logo com isso pela manhã, e assim elas poderiam ter a tarde livre. Meu marido ficava com a Valentina até 10h, e eu com a Vic. Depois as duas faziam alguma tarefa da escola até a hora do almoço. Durante a tarde era tipo férias. Façam o que quiser! Podia comer donut, Nutella e qualquer coisa, porque realmente eu não vejo o menor problema em ser mãe de merda. Só me deixem em paz para trabalhar. E todos os dias eu trabalhei até bem tarde da noite para compensar a manhã na função de professora.

Até que as coisas entraram no eixo e funcionou dessa forma. Nunca foi bom e eu nem esperava isso.

Gente, vamos combinar? Esse é um ano perdido. Imagina quem estava para prestar o Enem? Absurdo. Não tem nem internet em casa, mora com mais 7 pessoas no mesmo quarto, e como estudar? Aqui, na Holanda, por volta de 6000 crianças não estavam fazendo homeschooling. O governo holandês deu computadores para essas famílias, isso mesmo, gente!

Nova Fase na Holanda

Depois de um mês e meio, a Holanda permitiu as crianças usarem os parquinho. Nossa, foi maravilhoso! No primeiro dia, marquei com uma amiga, que tem as filhas da mesma idade, e ficamos apenas 4h30 conversando (com distanciamento). Um filha minha queria ir ao banheiro, fez no mato e eu peguei com saco plástico para jogar no lixo. Desespero para não voltar para casa.

No dia 14 de maio, minhas filhas voltaram para a escola, somente no período da manhã. A entrada e saída eram em horários diferentes para cada grade. Sem máscaras, sem face shield e com abraços e amor entre as crianças. Os pais não podiam entrar na escola, mas as crianças ficaram MUITO felizes em rever todos amiguinhos. E eu mais ainda por trabalhar em paz por um mês, pelo menos meio período. Pena que passou voando. 🙂

Ontem as aulas acabaram, depois de um mês, e oremos! A escola vai abrir novamente, se Deus quiser, daqui a dois meses.

Vida expatriada na pandemia.

Para quem está do lado de lá, no Brasil, tem a visão que estamos muito bem, obrigada. Enfim, não temos como comparar um país de 209 milhões de habitantes com um país europeu. Temos muitos “brasis” dentro do Brasil. A única coisa que eu tenho certeza que podemos comparar é o sentimento de cada brasileira que mora fora, a expatriada.

SIM, o sentimento é o mesmo. Uma mistura de desespero se algo acontecer com nossa família e com vontade de voltar correndo para o Brasil. Não tem como fugir disso. No começo, eu só via os voos cancelados e pensava que nada poderia acontecer com minha mãe, porque não teria como sair daqui. Graças a Deus, nada aconteceu com minha família, mas sinto muito por algumas amigas que passaram por isso.

Há sete anos, minha mãe passa todo verão conosco. Enche as meninas de carinho, beijos e colo. Esse ano foi diferente. Cancelamos a passagem, e confesso que estou bem na bad porque era para ela estar aqui. O pior é a falta de perspectiva dessa pandemia, e principalmente no Brasil.

Por isso, pelo amor não façam merda.

Cuidem-se! Se cuidem! Eu e todo mundo, que mora fora do Brasil, quer voltar para o Brasil no final do ano para dar aquele abraço apertado e liberar aquele nó na garganta que nos acompanha há meses.

Retratos da Quarentena

Querida amiga expatriada,

 

minha super amiga @lucifotografie está fazendo um lindo projeto fotográfico das famílias durante a quarentena em Amsterdam/ Amstelveen.

Ela fotografa famílias em casa, da janela e da porta, respeitando as regras de distanciamento social.

A ideia é documentar esse momento histórico que estamos vivendo e trazer um pouco de alegria para as famílias no seu dia a dia de isolamento social.

Os retratos serão entregues para as famílias em formato digital, e postados nas mídias sociais da fotógrafa.

 

Custo

O ensaio Retratos da Quarentena faz parte de um projeto voluntário e não será cobrado.

A fotógrafa sugere uma contribuição de 10-50 euros por familia caso tenha condições, mas não é obrigatório.

 

Projeto Social

A verba será destinada a escola Dende da Serra

A comunidade local foi muito impactada devido ao Covid-19. Atualmente, precisam de ajuda pois a maioria dos alunos é bolsista.

 

Contato

Mande sua mensagem para a @lucifotografie ou por email: lubenaduce@gmail.com que ela irá fotografar, você, na sua casa !

 

Retratos da Quarentena

 

 

 

 

Alimentando a Alma: ajudar os brasileiros mais vulneráveis na pandemia.

Querida amiga expatriada,

eu acredito muito na energia, sabe? Esses parranauês aí. Também acredito que nada é por acaso. Estamos no lugar certo e na hora certa para conhecer aquela determinada pessoa. E eu sou super agradecida por pessoas especiais, nessa minha vida mundo afora, cruzarem o meu caminho.

E aqui, na Holanda, não poderia ter sido diferente. Tive a sorte de conhecer azamigas mega queridas.

A Bruna Hodas, é uma delas, e teve a brilhante idéia de fazermos algo para:

Ajudar os brasileiro mais vulneráveis nessa pandemia.

No nosso grupo de WhatsApp rola receita o dia todo.

Afinal, aqui em casa, e acredito que na sua casa também, funciona assim: eu como o dia todo, meu marido já comeu toda comida desse mundo nessa quarentena, e minhas filhas estão comendo toda a comida das galáxias.

Estou igual a cozinheira do cruzeiro com cinco refeições por dia. 🙂

Livro de Receitas: Alimentando a Alma.

A Bruna criou esse e-book de receitas, onde azamigas Nati (euuuu), Dri, Raqs, Lu, Ale, Nanda, Fran, Lets, Julia e Naty mandaram as deliciosas comidinhas salgadas e doces.

Tem minha famosa receita do Vatapá da Nati

100% do valor arrecadado será doado

Estamos arrecadando doações para duas instituições.

ARCAH

Em meio à pandemia do coronavírus, a ARCAH está arrecadando recursos para a compra de itens como sabonetes, álcool gel e máscaras para a população em situação de rua que vive nos centros de acolhida de São Paulo. ⠀

A ação busca contribuir com os cuidados de higiene de quem vive uma realidade na qual o isolamento social não é uma opção. Das mais de 24.000 pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo, cerca de 12.000 estão em centros de acolhida. É nos centros de acolhida que a ARCAH costuma realizar suas ações de voluntariado e triagens para o projeto Horta Social Urbana.⠀

Ação da Cidadania

A organização, que atua na distribuição de alimentos por todo país, está intensificando sua atuação e pede a ajuda da sociedade civil e do setor privado para ajudar famílias atingidas pela grave crise de saúde devido a pandemia do coronavírus.

“Vakinha” R$50,00

Migs, clique aqui para efetuar a compra do livro.

Para receber o livro, mande um email para: livroreceitasalimentodaalma@gmail.com

Nós não podemos ajudar todo mundo, mas todo mundo pode ajudar alguém. 

Muitíssimo obrigada!

* Uma pequena GRANDE atualização. Nós conseguimos arrecadar R$14,980.00

 

 

 

 

 

 

 

 

Home is where the heart is

Querida Migs expatriada,

eu nasci em São Paulo. Vivi quase a minha vida toda no mesmo apartamento em Pinheiros/ Vila Madalena (amo esse bairro!). Até que eu conheci o Thiago. Ele estava no último ano do MBA, em Michigan. E eu estava cursando MBA na FGV. Nós namoramos a distância durante um ano. Nos viamos em alguma cidade pelo mundo, como Trancoso, São Paulo, Recife, Las Vegas, Ann Arbor, Chicago … era maravilhoso, e ainda é!

Ele estava entrevistando para vagas em diversos países, até que acabou escolhendo trabalhar em São Paulo. Fomos morar juntos – pecadora e amigada feelings! –  com o casamento marcado para o ano seguinte (2011).

Migs,  e aí? Aí que eu nunca mudei de casa na vida, comecei a mudar naquela época e não parei mais.

Vida cigana.

Nos últimos sete anos moramos em cinco países: Sao Paulo (Brasil), Santiago (Chile), Londres (UK), Madrid (Espanha) e Amsterdam (Holanda). Foram sete casas e muitos flats, quando ainda não tínhamos casa, com duas filhas. Sempre levamos toda a mudança no container. Tá! Já posso imaginar a sua cara de “Miga, sua Loka!”.

Acho engraçado quando posto que vou me mudar. E sempre alguém pergunta admirado: Noooossa, mas o que aconteceu? Oxe, como se fosse algo ruim!

Papel de parede X Fura aqui e acolá.

Deixa eu te contar, mudar não é um problema para mim. Eu gosto.

Sabe aquele sonho de escolher papel de parede, reformar a cozinha e escolher os azulejos do banheiro? Então, não é o meu sonho. Sonho, cada um tem o seu.

Por outro lado, eu já coloco todos os quadros na parede logo na primeira semana (sou apaixonada por arte!), mesmo meu marido odiando furar parede,  porque isso me faz sentir em casa.

Vida expatriada.

Migs, lembra quando seu marido falou: nós vamos mudar de país. E aí passa um filme na sua cabeça sobre o que eu fazer com a casa. Então, já passei por isso também. Tínhamos acabado de comprar o apartamento dos sonhos em Sampa, e no mês seguinte resolvemos mudar para o Chile. E foi a melhor coisa que aconteceu nas nossas vidas!

A única coisa que eu falo e repito é praticar o desapego nessa vida expatriada.

Migs, sempre vai ter o trade off. Isso é fato.

A partir do momento da sua decisão em deixar país, você terá que abrir mão de muitas coisas, e vai ganhar tantas outras também.

Já conheci expatriadas que resolveram deixar a casa montada, mas fechada no Brasil. Ops, você também? Migs, como é que a nova vida vai dar certo? Como é que você vai virar a página, e escrever uma nova história se ainda está na página anterior? A conta não fecha, principalmente a financeira. Aluga. Vende. Doa. Faça qualquer coisa desde que seja para frente, pensando no futuro.

Algumas perguntam: e se não der certo? Ahhh você faz algo  na vida já pensando que não vai dar certo? Casa já pensando em separar? Claro que não.

Não precisa ser mega desapegada, como eu, nesse lance de fechar a porta e tchau. O importante é fechar um ciclo para começar outro.

Brasil X Morar fora.

Sempre. Sempre. Sempre em toda roda expatriada rola uma discussão se é melhor morar no Brasil ou Amsterdam, Londres, Madrid, USA, China, PQP e etc. Algumas preferem nitidamente o Brasil e outras qualquer outro lugar no mundo que não seja o Brasil.

Até que alguém fala da família, nossa cultura, infância … isso quebra as pernas, claro. Vamos comparar banana com banana? Nem isso da para comparar direito porque aqui, em Amsterdam, só tem um tipo de banana sendo que no Brasil tem milhares.

Migs, é claro que se você pensar na familia, amigos de uma vida toda, comida, sol … o Brasil sempre será muito melhor do que qualquer lugar do mundo.

Home is where the heart is.❤

Se você escolheu morar fora, faça desse lugar a sua casa.

Arrume, em primeiro lugar, a sua casa com tudo o que gosta. Tá sem grana? Tem site de coisas usadas e lojas baratex. Decore com adoráveis inutilidades de viagens ou do Brasil, para matar as saudades. Isso vai te fazer se sentir em casa. Fotos de familiares e amigos. Lembranças de momentos especiais.

E sabe o que fazer com a saudade? Compra uma cômoda da Ikea – certeza que você tem uma se mora na Europa – e enfia a saudade na gaveta até a próxima ida ao Brasil.

Se você não consegue se adaptar ao novo país. Tente pelo menos por seus filhos. Fale claramente e quantas vezes puder que essa é a casa de vocês. É difícil para nossa cabeça, imagina para nossas crianças? Por exemplo, as minhas filhas choram quando voltamos das férias no Brasil, mas elas nunca me perguntaram ou pediram para morar lá. Simplesmente, porque eu deixo bem claro que a nossa casa é aqui. Não quer dizer que eu não quero que elas morem lá um dia, mas elas precisam crescer e entender que nós moramos em outro local.

Em Madrid moramos apenas seis meses, mas a casa estava montada, todo mundo super adaptado, falando espanhol também, conheci amigas para uma vida toda, fiz 122mil coisas, viajamos muito e comemos todos os solomillos e croquetes possíveis até partirmos.

Não precisa me perguntar se prefiro o Brasil ou a Holanda.

Não precisa me perguntar quando vou mudar novamente.

Não precisa me perguntar onde vou morar o resto da vida.

Não precisa me perguntar até quando vou ficar por aqui.

Nós estamos felizes aqui, em hAMSTERDAM na chuvOLANDA. Isso é o que importa. Aqui é a nossa casa!

E se tiver que mudar de novo, está tudo bem também. Porque afinal o mundo é muito grande para ficarmos no mesmo lugar.  ❤

Eu amo essa música e resume tudo isso.

 I don’t know where I am going but I am going to make it home … e você?