Escola das meninas em Santiago, Londres, Madri e Amsterdam.

Querida amiga expatriada,

recebo muitas perguntas sobre as escolas das minhas filhas pelo mundo afora. Vamos lá!

Em primeiro lugar, elas nunca frequentaram nenhuma escola no Brasil. A Valentina nasceu no Brasil, e eu voltei da licença maternidade quando ela tinha cinco meses e em seguida optamos por #partiumundo.

Em segundo lugar, eu não vou colocar o preço das escolas nesse post. É necessário fabricar dinheiro para pagar ou La Casa de Papel Feelings. 🙂 #ficaadica

Toda as vezes que meu marido fala que vamos mudar de país, eu penso logo nas escolas. Por onde começo? Qual escolher? Será que tem vaga? Será que podemos pagar? Será que é melhor pública ou privada? 122mil dúvidas de todas as mães expatriadas pelo mundo afora.

Eu SEMPRE pergunto para meu ciclo de amizades se tem alguém para me indicar no país novo. De preferência, mães. Migs, elas sabem BEM indicar escolas. Aí começa a saga … liga e manda email para todas as escola, preencher milhares de formulários para aplicação e rezar, orar, implorar, pedir para São Longuinho, acender vela, tomar banho de sal grosso … enfim, tudo vale até conseguir uma vaga. Entendedoras entenderão!

Santiago, Chile.

Quando chegamos no Chile, a Valentina tinha 8 meses de idade. Moramos dois longos meses em um flat bem pequeno até encontrar uma casa. Mudamos para o bairro de Las Condes. Ficava 10minutos do trabalho de Thiago. Eu passei apenassssss SEIS MESES procurando emprego. Nesse período, já que não estava trabalhando, optamos por deixá-la em casa até completar 01 ano de idade. Ela frequentava a escola somente no período da tarde.

Valentina estudava no Jardim Infantil y Sala Cuna El Manzano, em Las Condes das 13h as 17h, de segunda a sexta. Super mega ultra recomendo!

Eu AMAVA a escola, e ela também. Pegou vários vírus e doenças. Aprendeu espanhol. Resultado do balanço: EXCELENTE!

Quando mudamos para Londres, morri de chorar na despedida da escola. As crianças pintaram as mãozinhas e passaram em um cartaz lindo, de presente.  As professoras choraram também. Ahhh esse jeito latino que somente nós entendemos, sabe?

Londres, Inglaterra.

Em Londres, nós morávamos em Ealing – west London. Na Inglaterra é padrão estudar em uma escola do seu bairro. Primeiro porque Londres é GIGANTE, ou seja, impossível se locomover entre bairros para deixar filhos na escola e trabalhar. Depois porque just the way it is … quando seu filho completa 4 anos inicia no Reception em uma escola pública de acordo com a “catchment area”. Não é você quem escolhe a escola, mas as escola te escolhe. Migs, pode esquecer indicação ou todo dinheiro que você tenha, esse é o sistema.

A Valentina entrou na Buttons Nursery assim que chegamos em Londres. Ela tinha 1 ano e meio. Saiu da escola com 4 anos para fazer o Reception. A Victoria nasceu em Londres. Voltei a trabalhar assim que ela completou seis meses de idade, e ela também foi para a mesma nursery.

Migs, minha vida tinha muito perrengue, mas nesse sentido não. A escola ficava DUAS quadras de casa. Thiago levava as meninas, porque eu entrava no trabalho as 7h30 da matina – diz a lenda que quem cedo madruga vai ficar rhycah. Eu buscava as meninas as 17h. Era MUITO prático. Claro que chovia, ventava e nevava … mas tem coisa melhor nessa vida do que ter segurança? Eu não estava trancada em um carro blindado, no trânsito em São Paulo apenas esperando ser assaltada. Infelizmente, essa é a vida como ela é no Brasil.

Eu mega ultra super indico essa nursery. Elas amavam. Eu amava! Serei eternamente grata pelas lindas e especiais professoras/es que elas tiveram.

A única coisa é que precisa fabricar dinheiro – La Casa de Papel Feelings – porque as escolas são caríssimas!!! Só ralando muitoooo para pagar. Por isso, muitas mães não trabalham na Europa porque a escola é caríssima. Outra opção é escolher quantas vezes por semana e o período do seu filho na escola, de acordo com seu bolso.

Quando a Valentina completou 3 anos iniciamos o processo para aplicar para a escola pública. Funciona mais ou menos assim – você seleciona até cinco escolas do seu bairro, em dezembro faz o processo para aplicar, em abril será selecionado de acordo com sua “catchment area” e em setembro as aulas começam. Nós queríamos muito a escola Oaklands Primary School e conseguimos. Iupi!!!

Migs, todas as vezes que eu lembro da escola, tenho vontade de chorar … mas de alegria mesmo. Minha mãe ralou muito para pagar pelos meus estudos. Estudar em uma escola pública, no Brasil, infelizmente não é o melhor que podemos dar para nossos filhos, mas na Inglaterra …SIM! A escola era incrivelmente incrível e de graça, na verdade com o dinheiro dos nossos impostos.

Ambas as escolas ficavam na mesma rua, então era muito prático. A Vic ía no carrinho e a Valentina na pranchinha atrás do carrinho em pé e … voilá!

Valentina ficou apenas seis meses nessa escola e mudamos para Madri, na Espanha.

Madri, Espanha.

Migs, minha passagem por Madri foi breve mas intensa. Ficamos apenas seis meses. Como as minhas filhas estudaram praticamente a vida toda em Londres (1 ano e meio e 4 anos uau!!!), em boas escolas nós conseguimos vagas em ótimas escolas em Madri.

Morávamos em La Moraleja, perto das escolas. Deixa eu te contar, querida amiga-mãe-expatriada se a escola for na zona rural em qualquer país, sempre more perto da escola, ok? Isso mesmo. Não adianta. É muito mais prático, você trabalhando fora ou trabalhando em casa. O seu tempo será otimizado para usá-lo para trabalhar, serviços domésticos e passando menos frio na rua para pegar as kids.

A Valentina estudou na Runnymede College. É uma escola super mega ultra tradicional e conceituada na Espanha. Tem o currículo 100% britânico.

Migs, para escolher uma escola, primeiro tem que entender o perfil da sua família e depois buscar. A Runnymede é classe AAA e bota mais AAA nisso … não é o meu perfil. Por outro lado, o ensino é nota 122mil! Seu filho TEM que falar espanhol porque tem muito mais espanhóis do que expatriados. E se você quer uma vaga nessa escola, pode engravidar e já cadastrar o filho, rezar, distribuir santinho, conhecer a nata da sociedade madrileña, tomara que seu marido tenha um cargo altíssimo e mesmo assim não vai conseguir. É fodástico mesmo!

A Victoria estudou na Little Acorns. Quando eu lembro, morro de amores e saudades! Ela foi MUITO feliz nessa escola e no Summer Camp também mandei a Valentina. É uma escola britânica.

Eu indicaria algumas escolas, como:

Tenho uma amiga que tem uma empresa de relocation em Madrid – Relok Services. Ela pode ajudar na escolha das escolas. O nome da empresa é . O nome dela é Fabiana Halfen. Migs, entre em contato no fone +34 600 973 639.

” Em Madrid, você vai encontrar uma grande variedade de escolas para os seus filhos, incluindo escolas públicas, concertadas (do governo mas os pais pagam taxas) e privadas.
As escolas privadas tem várias opções, como: internacional, bilíngue, britânica e americana. As escolas estão localizadas tanto no centro da cidade quanto em La Moraleja, Pozuelo de Aracón e outras cidades. Também existe o serviço de ônibus da escola, caso necessário.
A maioria das escolas funcionam em horário integral na Espanha, e as internacionais das 9:15 a 16:30″.

Amsterdam, Holanda.

Quando mudamos para a Holanda, ficamos muito na dúvida na escolha da escola das meninas. Queríamos muito que ambas estudassem na mesma escola, como em Londres, pois facilita demais a vida. Não era uma escolha uma escola em dutch, pois não sei quanto tempo vamos ficar aqui e seria a QUARTA língua para as meninas em tão pouco tempo.

As meninas tem perfis muito diferentes. A Valentina é uma princesa, desde que nasceu nunca me deu trabalho, doce, super lady e sensível. A Victoria é a princesa que vai fugir do castelo com o cavalo do principe, carinhosa, Drama Queen e intensa. Nesse caso, a Valentina em uma escola britânica se tornou muito mais tímida, super “certinha”/ mega British way of life. A Vic PRECISA de uma escola assim. Decidimos, em conjunto, pela escola internacional com o currículo International Baccalaureate – saiba mais aqui!

Na Holanda, tem algumas escolas internacionais. Seguem algumas opções, mas saiba que a mensalidade varia muito de 600 a 2500 euros por mês, para cada filha(o).

O sistema de ensino da Holanda é bem diferente do resto do mundo, por sinal, é excelente! Saiba mais aqui, nesse post da Ana de Amsterdam.

Migs, eu não tenho a fórmula secreta para escolher uma boa escola, mas se você está de mudança para algum país que eu já morei, me manda mensagem (quer virar minha Migs? :)) que eu te ajudo.

 

Bate e volta: Zaanse Schans, Holand

Querida amiga expatriada,

o que pode ser mais a cara da Holanda? Moinhos, casinha verde, queijos, vaquinhas e tamancos –  Zaanse Schans tem tudo isso em um lugar só!

Como ir

Eu sou uma anfitriã “óteeeema” e levo minhas visitas de carro. Fica 20 minutos da minha casa e a diária do estacionamento custa €10.

Tem algumas excursões que vão para Zaanse Schans. É possível comprar pode em qualquer centro turístico, em  Amsterdam.

Quando ir

Pode ir qualquer época do ano porque sempre vai ventar horrores. Bem-vinda a Holanda! Tente pegar um dia de lindo e raro de sol. Já fui quatro vezes, mas ainda não tive essa sorte.

Zaans Museu

O museu conta a história de Zaanse Schans, da Holanda industrial e, até mesmo, do famoso pintor que morou em Zaandam: Claude Monet.

Tem um café e lojinha.

Fábrica de tamancos

O Museu do Tamanco (clog em inglês) é gratuito. A cada 30 minutos tem uma apresentação de como fazer um tamanco em todas as línguas que você possa imaginar. Vale muito a pena!

A loja é uma gracinha e o preço é muito bom. Sempre compro lembrancinhas para a família e amigos por lá.

Fábrica de queijos Catarina Hoeve

Tem demonstração da produção dos queijos holandeses. Eu adoro e provo todos! Tem até de lavanda, Migs.

Moinhos

As construções são originais do século XVIII.

No total, são 11 moinhos, sendo que 6 ficam abertos para o público – tem que pagar para conhecer. A escada é super hiper mega íngrime.

Passeio de barco

Outra forma de desfrutar da vila dos moinhos é fazendo um passeio de barco pelo rio Zaan. Os passeios duram cerca de 45 minutos e acontecem de abril a setembro, porque o vento é de lascar, Migs.

Fizemos uma vez e adoramos!

Zaandam

Se estiver de carro, vale a pena dar um pulo nesse hotel – a cara da Holanda!!! Tem estacionamento embaixo e o prédio é super hiper mega ultra diferente.

Migs, passeio imperdível!

Conto de Fadas X Conto de Fod…

Migs,

se você é expatriada, vai saber bem que a nossa vida não é um Conto de Fadas. Essa semana está mais para Conto de FOD… (isso mesmo que você leu!).

A situação no Brasil está ladeira abaixo. Dólar altíssimo, muito acima de 5 reais. Eleições chegando – by the way, eu transferi meu voto para a Holanda. Insegurança em todos os sentidos. Perspectiva zero, para não dizer negativa. Diante tudo isso, o sonho de morar em outro país só aumenta mas Migs, sinceramente … você tem mesmo noção do que é ser expatriada? 

Os brasileiros tem uma visão muito, mas muito distorcida do que é morar fora do Brasil. Acham que pegando as malas e #partiumundo é a solução de todos os problemas. Senta aqui. Deixa eu te contar. Sim, realmente vai ser a solução para alguns dos seus problemas atuais, mas você terá outros tipos de problemas, e piores se não estiver preparada.

Ainda mais com as redes sociais … é tanta gente feliz morando fora!#sqn

Li um texto muito interessante sobre a quantidade de pessoas que estão indo morar em Portugal e as dificuldades que estão enfrentando no sonho idealizado.

Eu recebo vários convites de amizade no LinkedIN. Acho que a pessoa pensa que eu trabalho na Holanda então posso ajudar. Queridos, eu não sou a pica das galáxias no meu trabalho e não trabalho em RH. Se eu soubesse como conseguir um emprego fácil, não teria feito apenas 32 entrevistas. O seu extenso e renomado CV junto com a sua dupla cidadania pode não valer nada aqui.

Minha mãe querida (obrigada mãe!) ficou na Holanda, em casa, quase três meses. Se ela não estivesse aqui, nós não poderíamos trabalhar. As meninas tiveram NOVE semanas de férias. Quem viaja nove semanas, no ano, nessa vida? Pela Lei daqui nós temos 25 dias úteis no ano. Aí você deve pensar: é só pagar alguém. Faça um cálculo simples, a hora da babá custa 10 euros. Portanto €100 por dia no horário comercial, ou seja, €500 na semana. Se eu tiver que pagar todas as férias das minhas filhas sairia €4,500 ou 23,175.00 reais. Se estiver sobrando essa quantia para você, me doa please! 🙂

A conta não fecha.

Tenho amigas pelo mundo afora que trabalham, não trabalham, o marido trabalha, o marido não trabalha, ela trabalha e banca a família, com um filho, dois filhos, três filhos e sem filhos … enfim, mas NENHUMA fala que sobra muito dinheiro. Nós ganhamos em euros/ pounds, mas nós gastamos em euro/ pounds. Por exemplo, uma escolinha (antes dos 4 anos) aqui custa entre €1,200 a €1,500 por mês – depende da quantidade de dias da semana que seu filho vai frequentar. Por outro lado, a Migs que mora no Brasil pensa que isso seriam 1500reais. Não, minha querida, não basta tirar o euro e substituir por reais. Um salário de uma mãe, em alguns casos, só daria para pagar a escolinha para apenas UM filho. Por isso, muitas delas não trabalham.

Aí você trabalha o ano todinho e resolve visitar a família no Natal. Pode separar de €700 a €1,000 por pessoa de passagem, no mínimo, ou seja apenas 20.000 reais só para pisar no Brasil sil sil. Acrescenta também os 122mil presentinhos que tem que levar para a família, tia, vizinha, amiga, amiga da mãe, família do marido e tudo mais. Ahhhh claro que aqui não existe 13 salário!

Minha mãe foi embora há pouco mais de uma semana.  Ai que saudade e tristeza, mas isso é assunto para outro post!

Thiago está fora desde domingo e volta amanhã (sábado). E eu? Bom, eu tenho a Thais amada que limpa minha casa 6 horas na semana e fica com as meninas 8 horas na semana (quando estou em Rotterdam). Tirando isso, eu tenho que trabalhar três dias em casa, dois dias em Rotterdam (3h30 por dia no trem), bater minhas metas no trabalho, fazer mercado (odeio!), cozinhar, levar a Valentina no tênis, fazer aula de música com a Vic, levar e buscar na escola, limpar a casa, lavar, secar e guardar a roupa, colocar e guardar a louça da máquina, arrumar as lancheiras, ajudar na lição de casa, ler livrinho, banho nas duas, colocar para dormir, academia, reunião na escola, playdate (toda semana eu faço em casa), levar para vacinar, passar maquiagem para ter dignidade, e shampoo seco quando não deu tempo de lavar o cabelo e …  ainda agradeço que ninguém ficou doente essa semana, oba!

E quando chove no Brasil? As pessoas não saem de casa. Quando faz muito frio, não levam os filhos na escola. Rá! Na Europa, se você não levar, a escola liga no mesmo dia. Se não levar três vezes, uma pessoa do governo faz uma visitinha na sua casa para saber o que está acontecendo. Você pode escolher entre muita ou ser preso, que tal?

Acima de tudo isso, e principalmente, vem a diferença cultural. A adaptação em outro país é super difícil, para minha família leva quatro meses, mas porque já moramos em outros países. Na média, acredito que seis meses no mínimo.

Sempre alguma amiga minha comenta que quer morar fora. Eu olho a quantidade de ajuda e mordomia, e penso: a pessoa não tira o prato, que comeu,  da mesa. Não lava a própria calcinha. Não cozinha a comida dos filhos. Não pega ônibus. Não pega metro. Não preciso nem falar mais nada …

Querida amiga expatriada, “tamujunto” no zero glamour dessa vida que nos ensina tanto. 🙂

Você trabalha ou convive com diferentes culturas?

Querida amiga-mãe-expatriada,

você trabalha há anos para uma empresa brasileira, mas ela é comprada por uma empresa chinesa. Você participa de um projeto onde tem colegas de outros países. O chefe do seu chefe é americano. A matriz da sua empresa é na Finlândia. O “pica das galáxias” (desculpa pelo nome, mas ele é o cara!) da sua empresa é russo. Esses são alguns pequenos exemplos de interação entre diferentes culturas, mesmo você sentando atrás de um computador no Brasil.

Há cinco anos morando fora do Brasil, já vivenciei e escutei relatos de muitas situações onde no final tudo se resumia a DIFERENÇA CULTURAL.

Sabe aquela tela azul do Windows – PAHHHH na sua cara? Então, diferença cultural é tipo isso. Muitas vezes acerta lá no coração, com um soco na barriga ou aquela vontade de chorar (no meu caso, manteiga derretida!).

Eu já trabalhei para empresas americanas, brasileiras, finlandesa e há três anos trabalho para uma empresa francesa. Já trabalhei com 122mil pessoas de diferentes países (me achany!) e ainda preciso aprender MUITO. Discutindo sobre a diferença entre as culturas no grupo de zap dazamigas da Holanda, uma delas (Cissa, obrigada!) me indicou um livro que eu mega-ultra-power-indico! Chama-se:

The Culture Map, de Erin Meyer.

Migs, eu não vou fazer resenha do livro porque tenho uma pilha de roupas para lavar e aspirador para passar. Fora que vale a pena você comprar! Quero citar algumas partes muito interessantes.

Para começar, não quero dizer que a minha cultura não é boa, os americanos são os melhores do mundo e os chineses vão dominar o mundo. Não é bem por aí. O importante é você entender os pontos positivos e negativos (para você) de cada cultura e saber navegar entre eles da melhor forma possível. Me avisa quando conseguir, porque eu também preciso de ajuda. Eita, que baita desafio! 🤝

A autora criou um modelo de oito escalas, onde cada país se encaixa. São eles:

✔️ Comunicação: alto contexto x baixo contexto

✔️ Avaliação: feedback direto negativo x e feedback indireto negativo

✔️ Persuasão: princípios x aplicações 

✔️ Liderança: igualitária x hierárquica

✔️ Decisão: consensual ou top down

✔️ Confiança: baseada em resultado x baseada em relacionamento

✔️ Não concorda: confronta x não confronta

✔️ Tempo: linear x  flexível.

Comunicação de alto contexto x baixo contexto

Tem culturas que são de alto contexto como os americanos. Tudo é super-hiper-mega-ultra-bem explicado, se você não entendeu, então eu não soube te explicar (o erro é meu!). Acho que eles nasceram para fazer “manual” de produto. Nas reuniões de trabalho, sempre começam com aquele blablabla: Estou super feliz e lisonjeado em fazer parte desse excelente time e sei lá mais o que … querido, come on! Você estaria feliz mesmo é numa praia no Caribe.

Outro exemplo é em UK, no final de cada reunião eles fazem o “recap”. Falam tudo o que aconteceu na reunião: “Acordamos que vamos promover o Ciclano dia 12 de 2056, para fazer 87 planilhas de XPTO”. No Brasil, conhecido como uma cultura de baixo-contexto, após o término dessa mesma reunião, a pessoa manda um email com a ATA ou o “recap” por escrito. Isso pode ser uma ofensa em outras culturas, soa como falta de confiança escrever o que já foi falado.

Mais um exemplo é um americano mandar um email (bem claro) para um fornecedor solicitando algo. O britânico vai responder dentro de 24 horas que não tem a resposta, mas na quarta-feira vai dar a solução. Os espanhóis e italianos não vão responder o email, mas depois de duas semanas respondem: resolvi tudo, fiz tudo e tudo está pronto.

As culturas asiáticas como chinês, koreano, japonês, só vão falar em uma reunião se foram solicitados.

Em todos os países conceituados como baixo-contexto a comunicação fica nas “entrelinhas” e tem que entender o que está “pelo ar” … o que torna muito difícil a comunicação entre essas culturas.

Feedback direto negativo x e Feedback indireto negativo

Migs, a autora traça uma linha e coloca os países de acordo com cada tipo de feedback ou melhor FODEback. Adivinha qual é o país da cultura de mais FODEback? Holanda! Welcome to my life. Isso mesmo. Eu vivo isso praticamente todos os dias no meu trabalho e em todos os lugares da Holanda. Eu e todos expatriados que moram aqui.

Segundo a autora, o holandês da feedback na frente de qualquer pessoa ou grupo, e principalmente para qualquer pessoa. Isso mesmo! Ou seja, se ele quiser falar que o chefe não é bom, ele fala na cara do chefe mesmo e na frente de todos. Eu falei que não concordava com algo numa reunião, o holandês levantou e saiu andando. Já vi funcionário jogando a caneta no colo do chefe e mandando ele fazer, e segue o baile da vida … minha gente, aqui é assim! E estou penando para entender.

O americano fala quatro 3/4 coisas positivas e depois senta que lá vem bomba! O francês (eu trabalho com eles!) fala a bomba e depois as coisas positivas. Particularmente, prefiro dessa forma.

Persuasão: princípios x aplicações

Um exemplo citado pela autora é nos EUA. Normalmente nas salas de aulas, eles passam um case (caso de sucesso) e depois falam sobre o assunto, agregam conceitos e fazem uma conclusão. Em uma cultura como a da Alemanha, isso não é aceito. As pessoas foram treinadas para começar uma apresentação (ppt) construindo um argumento teórico (com muitos conceitos).

Liderança: igualitária x hierárquica

Os países latinos são super hierárquicos. Os italianos e espanhóis também. Os asiáticos (coreanos, japoneses, chineses, indianos, tailandeses e etc) são 100% hierárquicos, seja no trabalho, em casa, na rua e etc. Em alguns desses países isso tem mudado, mas muito pouco ainda. Por exemplo, no ambiente de trabalho os colaboradores usam mesas sem baias, e algumas empresas pode escolher a mesa no dia. Já em outras empresas, o Diretor tem sala e com janela. Uau!

Para um Diretor de um país escandinavo é um saco ter que aprovar tudo e ser consultado para tudo.

A PCD da minha empresa, People Culture Director, conversou muito comigo e disse que no Brasil é uma cultura de pai e filho, ou seja, desde pequenos somos orientados, pedimos permissões e crescemos assim no ambiente de trabalho também. Já na Holanda, um país de adultos, isso não acontece porque tudo é de igual para igual.

Decisão: consensual ou top down

Eu nem preciso reforçar o que todo mundo já sabe … sim, no Brasil a decisão é top down – quem manda nessa poha sou eu! Inclusive você não pode de forma alguma mandar email para uma pessoa que tenha um cargo superior, se o seu gestor não estiver ciente. Na Holanda pode, minha gente! No livro, um mexicano cita que o time todo dele holandês mandava email direto para o CEO e ele queria se jogar no canal pois não sabia de nada.

Em uma cultura consensual, onde as decisões são feitas em grupo, leva-se mais tempo para tomar uma decisão. No entanto, por ser consensual, o processo de implantação da decisão é mais rápido. Por outro lado, estas decisões são mais rígidas e muito mais difíceis de mudar.

Confiança: baseada em resultado x baseada em relacionamento

Quando comecei a trabalhar em UK, há três anos, não entendia como um mega-ultra-power cliente nosso não era chamado para nem um almocinho básico. Isso mesmo! Zero relacionamento. Aqui, na Europa, é resultado. Exceto na Espanha e Itália.

Não concorda: confronta x não confronta

As pessoas dos países asiáticos são condicionadas desde o nascimento a não confrontarem jamais, seja dentro e fora do trabalho.

A autora conta que nas palestras para italianos, argentinos e espanhóis é bombardeada por perguntas e colocações a todos instante. Para começar, não sabe nem ao certo qual será a quantidade de pessoas no evento e muito menos o público alvo.

Tempo : linear x flexível

Nas culturas de tempo linear, os passos de um projeto devem ser abordados de forma sequencial, completando uma tarefa, antes de começar a seguinte. Sem interrupções. O foco é o prazo final e o respeito a programação.

Nas culturas de tempo flexível, os passos de um projeto são abordados conforme as oportunidades. Muitas coisas são executadas simultaneamente. Resumindo: um verdadeiro samba!

Migs, vamos lá … julgar uma cultura não vai te ajudar em nada. Uma amiga brasileira na Holanda, Analu, me disse que é melhor apertar o RESET e seguir o baile da vida. Isso mesmo é o que estou tentando fazer … mas está fodástico!

Viagem Cazamigas: Auschwitz e Birkenau, Polônia. Sim, pode separar um pacote de lenços para chorar muito!

Querida amiga-mãe-expatriada,

tenho um acordo com o marido. Viajo cazamigas duas a três vezes no ano, durante o final de semana. Poderia ter escolhido qualquer lugar do mundo (que coubesse no meu bolso, claro!), mas desde a época da escola, quando estudei sobre isso e li Anne Frank, que eu queria conhecer Auschwitz, na Polônia.

Você deve perguntar … mas por quê?

Simplesmente porque faz parte da minha, da sua e da nossa história. Não sou judia e a minha religião pouco importa diante disso. O que importa é que isso aconteceu há poucos anos (super pouco!) e até hoje vivemos em um mundo onde o ser humano mostra o seu pior lado.

Fui com mais duas amigas, a Dani minha amiga da escola que mora em Londres, e a Paty, minha amiga uruguaia que mora em Madrid.

Cracóvia

Como ir

Fomos em janeiro de 2018. Super frio, até nevou. Peguei um voo da KLM de Amsterdam direto para Cracóvia, na Polônia, na sexta-feira depois do trabalho.

Combinei com minhas amigas de pegarmos voos praticamente no mesmo horário e fomos de taxi para o hotel. Um amigo polonês disse que essa era a melhor opção, pois não era tão seguro pegar um ônibus tarde da noite.

Onde ficar

Hotel Alexander

Ficamos dentro da Old Town em Cracóvia. A localização era excelente.

Auschwitz/ Birkenau

Como ir

Os campos ficam localizados na cidade de Oświęcim, que fica a mais ou menos 1h de Cracóvia. Existem várias maneiras para chegar lá, como: trem, ônibus, carro particular ou excursão. Nós optamos por uma excursão.

Empresa: Auschwitz Tours

Fone: +48 505 055 880

A van nos buscou no hotel às 8h00 e voltamos às 17h. Eles dividem o tour por grupos de 10 pessoas. Não pode entrar com mochilas ou bolsas grandes. Não se paga para visitar os campos.

Campo de concentração  Auschwitz

Migs, eu nem sei por onde começar. Posso começar chorando?

Como explicar o inexplicável?

Chegamos em Oświęcim, um local no meio do nada, bem descampado.

Começou a nevar. Eu estava com uma calça térmica, calça jeans, camiseta térmica, malha, casaco de neve, bota com pelo dentro, cachecol, gorro e luvas. Passei frio! Imagina aquelas pessoas com aquele uniforme listrado super fino? Sim, vários morreram de frio.

Nossa guia era uma polonesa nascida em uma cidade próxima. Ela teve parentes que morreram nos campos. Ficou emocionada diversas vezes durante o tour. E isso me doía ainda mais!

Começamos por aquela grade que você deve ter visto em filmes, traduzindo: Somente o trabalho liberta. Passei embaixo do portão e desabei de chorar. Desabei! Mal sabia o que estava por vir.

São alojamentos e mais alojamentos. Uns mais conservados do que outros. Todos iguais. Um era a cozinha. Outro onde o médico Mengele fazia suas “experiências” com mulheres, crianças e gêmeos – tem um livro chamado I was the assistant of Doctor Mengele. Outros tinham quartos com beliches. Banheiros com buracos no chão. O que todos tinham em comum? Artigos chocantes que eu jamais vou esquecer.

Dentro de uma sala tinham milhares e mais milhares de malas de todos os tamanhos, diversos países e com nomes. Sim, eles achavam que era uma viagem para fugir da guerra, mais especificamente do gueto onde moravam.

Dentro de outra sala tinham milhares de objetos pessoais como escovas de dentes, pentes, penicos, bolsas, carteiras, aparelhos de barbear, pratos, canecas e etc.

Dentro de outra sala tinham membros de deficientes mortos.

Dentro de outra sala tinham milhares de sapatos de homens e mulheres mortos em apenas UMA SEMANA.

Dentro de outra sala tinham milhares de sapatinhos de criança. Eu morri de chorar. Desabei. E o pior? Eram apenas os sapatos de crianças que morreram em UM DIA. Eu sou mãe e essa foi a pior experiência.

Dentro de outra sala, na verdade esta foi a pior cena para mim, tinha 6mil toneladas de fios de cabelo. Uma sala gigantesca, do chão ao teto com cabelos trançados de mulheres, crianças e homens.  Sai super mal. Chorando sem parar. Não tirei fotos.

Nos corredores tinham fotos e mais fotos de homens, mulheres e crianças. Foram cinco anos dos três campos, na Polônia. No começo, eles tiravam fotos com o nome e uniforme listrado. Depois as fotos eram somente com um número (mesmo tatuado), e mais tarde não haviam fotos e uniformes pelo custo. As mulheres sobreviviam em média 1 mês. Os homens duravam quatro meses. As crianças já eram mortas imediatamente.

Passamos por outro alojamento que era a câmara de gas. Os prisioneiros achavam que estavam indo para um banho coletivo. Dentro das câmaras haviam buracos no teto, simulando chuveiros para reforçar a idéia. Após entrarem, era liberado um gás que os matava em apenas 20 minutos. Depois, os corpos eram cremados e as cinzas jogadas nos lagos dos campos ou arredores (sem provas dos crimes). Com cinco latinhas, como estas, matavam 700 pessoas.

Tem um filme muito marcante chamado: “O menino do pijama listrado”. Então, lembra de uma casa bem próxima do campo? Ela realmente existiu e era possível ver de dentro do campo.

Campo de Concentração Birkenau

Voltamos para a van e fomos até Birkenau. Um campo dez vezes maior do que Auschwitz, com duas câmaras de gás. O lugar onde houve o maior assassinato em massa da humanidade.

Visitamos o alojamento das crianças e mulheres. Algumas eram mantidas vivas para se caso a cruz vermelha passasse, eles mostravam que estava “tudo bem”. Chamava de alojamento propaganda.

Nesse vagão viajavam 60 pessoas. Eram diversos vagões como esse por dia. As pessoas já saiam do vagão e eram separadas entre homens, mulheres e crianças. Sendo que 80% saia direto para as duas câmaras de gás.

Tinham desenhos de crianças paredes.

Eram três andares de camas –  nem posso chamar aquilo de cama, nem colchão tinha.

Eram buracos no chão do banheiro.

Hitler NUNCA visitou os três campos de concentração na Polônia. O terceiro campo foi implodido no final da guerra, para não deixar rastros.

Auschwitz foi o maior campo de concentração e extermínio da história.  Durante os anos de 1940 a 1945 mais de 1.300.000 pessoas foram mandadas para lá, simplesmente por serem que são. Sendo que 1.100.000 eram judeus, 140.000 poloneses, 23.000 ciganos, 15.000 prisioneiros soviéticos da guerra e 25.000 pessoas eram homossexuais, religiosos e deficientes (homens, mulheres, crianças e bebes – tiveram 3 partos no campo). Destes 1.300.000 apenas 200.000 sobreviveram.

Eu jamais vou esquecer tudo o que vi por lá.