Quarto de boneca!

Querida amiga-mãe-expatriada,

Nos últimos cinco anos, moramos em nove casas (entre flat, casa e apartamento). Foram muitas e muitas mudanças. Essa vida de globetrotter, um nome lindo e pomposo para cigana do mundo, é uma incógnita. Hoje, estamos na Holanda mas sei lá até quando …

Migs, eu mudo, mudo e mudo de novo mas meu acordo com o marido é levarmos a casa toda no container. Cada objeto da nossa casa eu trouxe de alguma viagem e tem um sentimento especial para mim. Também é uma forma da nossa família se sentir em casa, em qualquer país do mundo.

Se essa é a sua primeira mudança, você tem que avaliar o que realmente vale a pena trazer ou comprar por aqui. Por exemplo, a Ikea tem móveis lindos e com preço ótimo. Já outras amigas preferem alugar apartamento mobiliado.

Migs, sou daquelas “freak” que em uma semana monta a casa toda! Porque já mudei tanto e não gosto de ficar na situação “provisória definitiva”. Tenho amigas que não pregam um quadro na parede (né Celina?), mas eu sou a louca dos quadros! Sou apaixonada por eles e estão por toda a minha casa. Já furo as paredes logo na primeira semana.

O primeiro ambiente que arrumo é sempre o quarto das meninas. Um dia, quero colocá-las no mesmo quarto, mas por enquanto, a Vic tem crises de asma durante a noite e dorme a tarde (para a paz da família, iupi!).

Quando uma amiga do Brasil manda foto do quartinho do baby com papel de parede, eu penso: “Que lindo! Isso é algo que eu nunca poderei ter!” Parece tão simples, né? Mas não vou colocar papel de parede e mudar no mês seguinte – nunca sabemos quando será a próxima mudança.

Querida amiga-mãe-expatriada, seguem algumas dicas de lojas pelo mundo afora.

✔Cama

Vá de Ikea. Tem caminhas lindas, de boa qualidade, bem rentes ao chão e vai aumentando de acordo com a idade. Compre aqui!

Comprei a grade da cama da Vic no Carrefour de Madrid.

Cama da Valentina.

Cama da Vic.

✔Mesinha de cabeceira

As mesinhas de cabeceiras comprei na Maison du Monde, em Madrid. Uma loja francesa maravilhosa. Além de lindas, acho bem prática abrir e enfiar os brinquedos. Compre aqui!

✔Abajour

Eu não poderia morar na Holanda sem ter a Miffy, certo? A Miffy é uma coelhinha fofa criada pelo Dick Bruna. Valentina adora. No quarto dela, tem a Miffy – o item mais caro do quarto 😉 Compre aqui!

Miffy – coelhinha holandesa.

No quarto da Vic tem o Joseph, é um coelhinho fofo da Mini Markt – minha loja predileta em Amsterdam. Compre aqui!

Joseph – coelhinho abajour.

✔Quadrinhos

Super mega indico a Pendurama, no Brasil. Pode comprar online e entregar na casa da próxima visita. Minha mãe trouxe para mim. São lindos. Compre aqui!

Também compro moldura na Ikea e faço os quadrinhos.

Quadrinhos quarto da Vic.

Quadrinhos quarto da Vic.

Quadrinhos da Valentina.

✔Mesinha

A mesinha e cadeiras são da Ikea. Pode usar no quintal, na neve e chuva. Super fácil de limpar. Valentina está na fase de pintar e escrever por horas. Compre aqui!

O porta-lápis em forma de botinha é da Pylones. Amo essa loja de adoráveis inutilidades. Compre aqui!

O outro, em formato de mão é da Tiger.

O rolo de papel é super prático, da Ikea.

Mesinha e cadeiras, quarto da Valentina.

✔Caixas de brinquedos

Essa caixa de madeira é da Ikea. Custa 9 euros. Os adesivos ficavam na antiga casa, aproveitei para colar nas caixas.

Caixotes da Ikea – detalhe o céu azul milagre na Holanda.

✔Cabaninhas

Eu amo, amo e amo essa loja na Espanha, chama-se Nobodinoz. Tenho vontade de comprar tudo. A loja física fica em Barcelona, mas você pode comprar online aqui! Também vende na Mini Markt, em Amsterdam.

Casinha espanhola.

Cabaninha espanhola.

✔Armários

Pois é, migs, sorte sua que no Brasil tem armário para todos os lados. Aqui, nadica! Comprei na Ikea. São bem baixos, na altura que as meninas possam abrir e fechar. Tem rosa, branco e azul. Se as roupas não cabem nele vão para a doação sem culpa. Compre aqui!

Armário da Valentina.

✔Arara de fantasias

Todas as amiguinhas das minhas filhas quando vem em casa, adoram tirar e colocar as fantasias. Como fica na altura delas, é bem mais fácil! Comprei na Amazon. Clique aqui! 

As meninas piram nas fantasias.

✔Casinha de boneca

A casinha da Vic vende na Harrods e Amazon, minha sogra deu de presente. Compre aqui!

Tenho muitas amigas especiais pelo mundo afora, uma delas é a Natasha, mãe da Aarya e Naisa. Elas brincavam muito com as meninas, quando morávamos em Madrid. Deram esse super mega ultra presente de aniversário/ despedida. Natasha, we miss all your family ❤

Casinha da Vic.

Presente das nossas querias amigas da Espanha: Natasha, Aarya e Naisa.

✔Livraria

As meninas adoram escolher livro para ler antes de dormir. Essa estante é da Ikea e custa €2 cada uma. Super prática. Pode encostar quadros ou usar para livro.

Livrinhos da Valentina.

✔Tapete

Não uso tapete porque a Vic tem asma, além de ser mais um item para limpar. Preguiça!

✔Adesivos e Lençóis

Em todas as casas, as meninas colam os adesivos. Por isso, para quem tem TOC (Pri, Joana e Carol!) fica com agonia vendo a parede. Eles são da Ammoui, uma loja linda no Brasil. Os lençóis também são dessa loja.  Compre aqui!

As fronhas são da Ikea. Eu não gosto de nada combinando. Nadica!

✔Rolinho

Os rolinhos são da Pilulito. Além de serem super fofos, são fáceis de lavar e elas usam desde o berço. Compre aqui!

✔Carrossel

O primeiro carrossel ganhei das minhas queridas amigas do circo quando foram me visitar em Santiago, no Chile. Os outros foram do Chá de Bebe da Vic, da 25 de março, Migs.

Quarto da Vic.

 

Tulipas a perder de vista …

Querida amiga-mãe-expatriada,

Tenho uma bucket list bem longa de lugares para conhecer pelo mundo afora. Os campos de tulipas da Holanda estão na listinha há muito tempo! Quando conheci Amsterdam, em julho de 2014, não era época. As tulipas duram somente na primavera, mais precisamente no mês de abril. E neste mês, passamos parte na Tailândia, parte trabalhando e a parte maior choveu muito com dias de 50 tons de cinza, como sempre. Mas eu estava com fé que o sol iria sair … e saiu, em maio! Bem no final da estação de tulipas. Consegui vê-las todas abertas e é realmente indescritível!

Migs, os campos estão por toda a Holanda. Não são pagos, somente o Keukenhof  (parque gigantesco de tulipas). A maior rota do mundo de tulipas – 100km – é aqui! Segue o roteiro completo do blog Holandesando, uma brasileira muito divertida e profissional clique aqui!

Fomos de carro para o norte da Holanda, sem endereço fixo, só o nome de uma cidade e foi um passeio incrível! Eu acho as estradas da Holanda muito lindas, pego trem para Rotterdam duas vezes na semana e sempre vejo muito verde, vaquinhas, moinhos e geradores de energia. Vale super a pena qualquer passeio em outras cidades da Holanda, seja de trem ou carro.

Pela estrada afora …

O caminho é lindo!

Tulipas rosas pelo caminho.

Vimos muitos e muitos campos de tulipas, até que encontramos esse todo branquinho e MA-RA-VI-LHO-SO! Paramos o carro e descemos. Só tinha mais uma família no campo e tudo para nós. Fica em Rutten, Flevoland. Clique aqui! 

Uma imensidão de tulipas brancas.

“Me achany” no campo.

Minha doce Valentina.

Meus amores!

É um das coisas mais lindas do mundo!

Seguimos viagem, sem destino … mais e mais lindos campos de tulipas. Migs, não entre de carro no campo. Pare no começo e vá a pé.

Tulipas laranjas

Essas tulipas laranjas estavam bem abertas. Lindas demais!

Porta-retrato já!

Vic gostou muito desse campo e tivemos que partir logo … porque ela queria arrancar todas as tulipas. Desespero! 😉

Mais uma voltinha de carro … e mais campos IN-CRÍ-VEIS!

E essa foto? Amei!

Um mar de tulipas amarelas.

Que sorte! Chegou uma família no campo e pedimos um clique.

As flores mais lindas do campo de tulipas.

Migs, a temporada acaba essa semana. As flores ficam abertas no máximo até a próxima semana. Esse ano já era … mas se programe para o ano que vem, é lindo demais! Vale a pena alugar um carro e fazer a rota. Me chama!

Japão? Não, Holanda. As cerejeiras mais lindas do mundo!

Querida amiga-mãe-expatriada,

Eu sei que a primavera não está das melhores – chuva e frio – mas bora alí até o Japão?

Sempre tive vontade de ver a tal famosa #cherryblossom pessoalmente. Em Londres, encontrava uma aqui e outra acolá. No Greenwich Park tem algumas também.

Mas como lidar com quatrocentas árvores no mesmo local? Oh céus! Me segura que vai ter over posting…

Migs, liga para minha amiga fotógrafa e querida Lu! Marque um ensaio com ela.

Luciana Benaduce Figueiredo

Istagram

Site: www.luciphotography.com

Contato: +31 629 13 26 67*

*com a Lu, pode marcar ensaio o ano todo: pelos canais de Amsterdam, Keukenhof, Zaanse Schans e etc.

TEM que ser essa semana, no máximo na próxima! As cerejeiras só ficam abertas assim por duas semanas – isso mesmo, só isso!Então, não espere um ano para ver uma das maravilhas do mundo!

🌸Amsterdam bos – Bloesempark – 1182 DB Amstelveen 🌸

O parque é enorme. Da para ir de carro, metro, uber, mas o mais fácil é a bike.

Entrada gratuita! Migs, pois é, as melhores coisas da vida são de graça.

A fartura de flores – sakura/ cherry blossom- para os japoneses, garante também uma boa safra de arroz, uma vez que este alimento é muito importante na culinária do país. Pela tradição, quanto mais flores de cerejeira, maior a colheita do precioso arroz.

Peguei as meninas na escola e corremos para o parque. Migs, comigo é assim: vamos? Vamos! Eu, Lu, outra amiga, minhas filhas e os filhos delas. Fizemos picnic embaixo das cerejeiras. Uma tarde inesquecível!

“Me achany” nas cerejeiras!

Vic, minha caçula, mais sapequinha do mundo!

Minha doce Valentina

Sabe aquela foto mais do que especial? Obrigada Lu!

São 200 árvores com nomes japoneses e 200 árvores com nomes holandeses.

Expatriada por amor.

Minha cerejinha.

Minhas cerejinhas.

 

Sobre ser mãe fora do Brasil. 

Fomos embora do Brasil, quando a Valentina tinha 9 meses  de idade. Atualmente, minhas filhas tem 5 e 2 anos de idade. Portanto, minha maior vivência da maternidade foi fora do Brasil.

Realmente, não sei mais como é a maternidade no Brasil. Sempre pergunto para algumas amigas brasileiras, para não ficar alienada e acompanho nos 122mil grupos do whatsapp que participo.

Confesso que muitas coisas me surpreendem sobre a maternidade no Brasil, assim também como por aqui. Já me disseram que depois que você mora em diversos países, sempre vai faltar algo aqui ou vai gostar mais de algo de lá. É bem por aí! Migs, me sinto a metade da laranja da música do Fábio Júnior.

Querida amiga-mãe-expatriada, quero mostrar algumas diferenças que percebi ao longo desses cinco anos. Veja bem, não estou falando que é certo aqui e errado acolá. Vice-versa.

As crianças precisam muito menos do que você imagina

Eu acho que as minhas filhas tem muitos brinquedos perto das crianças européias, mas pouquíssimos brinquedos perto das crianças brasileiras. Quarto de brinquedo? Não existe para o europeu. No Brasil, além dos 122mil brinquedos, ainda tem a brinquedoteca do prédio de coxinha paulista – sou de SP e já morei em um prédio assim. Rhycah feelings!

Presente aqui, na Europa,  só no aniversário e Natal. Não existe nem Dia da Criança!

Cada visita, um presente. Oi? Isso mesmo. Valentina e Vic amam ir ao Brasil por diversos motivos, mas principalmente porque sabem que vão ganhar muitos e muitos presentes. Certa vez, uma amiga chamada Lelê, que mora na Noruega, foi nos visitar. Ela já está bem européia, e não levou nada, óbvio. Por quê teria que levar um presente? Aí minha filha, com 3 anos, na época, perguntou onde estava o presente dela. Avestruz fellings!

Além de me marcarem nos memes, também me marcam em reportagens. Li dois textos sobre a tal boneca LOL. Sério mesmo, 100 reais  uma bonequinha mini? Aqui custa de 6 a 9 euros. Se as minhas filhas tem? Não, nenhuma. Eu não vou alimentar isso. Tinha uma mãe super orgulhosa da filha ter uma coleção de 4mil reais. Eu me sinto muito orgulhosa das minhas filhas conviverem com diversas culturas. Cada um dá o que pode!

Mãe e pai mão na massa na criação dos filhos

Isso é muito diferente mesmo! Migs, eu sei que você mora no Brasil e “acha” que mete a mão na massa, mas o conceito é bem diferente por aqui. Também não vou entrar na discussão de terceirizar o filho, porque não gosto dessa definição.

Aqui, a criação é bem dividida. Os pais trabalham ou só o pai trabalha. Não importa, eles revezam em tudo. Um leva na escola e o outro busca. Um dia o pai faz o jantar, banho e cama. No outro dia é a mãe.  No final de semana, tem muitos pais nas aulinhas de natação com os filhos – meu marido faz isso desde Londres, e agora na Holanda. Os papéis são bem definidos. Afinal, a responsabilidade é dos dois.

Tenho uma amiga, a Rê, fofa e querida! Já morou em diversos países, e hoje está nos EUA. Ela tem duas filhas e um cachorro. Sem ajuda e sem família também. Ela e o marido compartilham todas as responsabilidades. Migs, compartilhar não é pagar a babá/mensalista para fazer … é colocar a mão na massa mesmo.

Para mim, o mais engraçado é quando alguém reclama que vai pegar um voo de 3h com os filhos. Pior ainda! Um voo longo com os filhos, mas com o marido. Migs, eu não sei quantas vezes eu viajei sozinha com elas (incontáveis!), mas sei que só duas vezes, em cinco anos, fiz voo acompanhada do marido. Tenho outra amiga, a Dea amada, que mora na Austrália. Ela pega voo de lá até Salvador, Bahia sozinha com dois filhos. Então, que sorte a sua, migs!

Aqui, quero fazer um agradecimento especial ao meu marido, Thiago. Há cinco anos que saímos do Brasil, e cada dia ele me surpreende. Sabe por quê? Eu não preciso pedir. Ele faz e faz mais ainda! Ele deixa as meninas na escola há anos. Não é só deixar. Ele arruma as lancheiras – elas levam snack e almoço algumas vezes. Passa spray (porque só tem cabelo cacheado por aqui!) e faz penteado com laços. Escolhe a roupa. Faz a lição de casa com a Valentina, quando está em casa. Aos domingos, leva as duas para a natação. Leva em parquinho. Faz o mercado, então ele quem sabe as frutas e comidas que elas gostam (eu não piso no mercado, pois é!). Óbvio que ele viaja bastante, e muitas vezes passa a semana fora. Eu viajo cazamigas no final de semana (duas vezes por ano!) desde que a Vic tinha 6 meses e a Valentina 3 anos, e ele não chama a babá. Eu não preciso deixar roupa separada, recadinhos sobre que dar de comida ou o que fazer. Faz tudo sozinho. Elas amam e eu mais ainda! Migs, é óbvio que ele faz do jeito dele … já deixou as meninas dentro da escola, mas esqueceu o carrinho no meio da calçada o dia todo. Já trocou a fralda, e guardou a suja cheia de cocô na gaveta. E eu? Já fiz várias dessas também, até piores. Enfim, posso passar o dia escrevendo aqui … mas só queria falar: Paixão, obrigada por tudo e por tanto!

Dói muito ver seu filho crescendo longe da sua família

Eu sou uma manteiga derretida. Choro demais com tudo. E mais ainda, nesse quesito. Sou filha única. Dói, bem lá no fundo, crescer minhas filhas longe da família. É uma alegria o reecontro e uma tristeza sem fim a despedida. Cantar parabéns pelo skype, mandar áudios no whatsapp, fazer vídeo de tudo … já faz parte do nosso cotidiano. É legal? Não é.

Valentina já está com cinco anos, e desde janeiro chora de vez em quando, do nada, e fala: “Quero a Vovó Rosa aqui para ler um livro”. Migs, é de partir meu coração. Eu leio, e depois vou alí chorar um pouco também …

Mãe polvo

Não vou falar que é fácil, mas a gente se adapta e aprende muito a se virar. Algumas pessoas no Brasil falam da minha vida, como se elas fossem morrer se tivessem que fazer tudo que eu faço sozinha. Isso é o que eu mais escuto: “Como você consegue?” Você não sabe o quanto você é forte até precisar ser forte. Eu não tenho outra opção. Nunca tive uma babá, somente por poucas hora – como já falei nesse post aqui – , nesse quesito o ignorante é feliz!

Tiveram muitos dias e noites, principalmente depois que a Vic nasceu, que eu achava que não ía dar conta e chorava de exaustão. Hoje, depois de muitos perrengues, sei mais do que nunca que sou capaz de segurar a minha onda e das crianças. Sozinha, em qualquer país.

O fato é que não estou sozinha nessa, mas minha vida é a mesma de qualquer expatriada que não tem ajuda ou família perto. E vale lembrar que sou brasileira, e no meu país tem milhares e milhares de mães sem marido, sem ajuda, sem família e pior … sem dinheiro! Portanto, sou muito privilegiada.

Super proteção

Um simples exemplo é no parquinho. Migs, eu já fiz isso! Valentina ía no escorregador, e eu dava a mão para ela descer. Subia a escada do brinquedo no parquinho, e eu ía atrás segurando. Muitas vezes, nem deixava subir, já a colocava lá em cima. Podem prestar atenção! No Brasil, a maioria das mães fica literalmente “em cima” da criança – a própria definição de mãe helicóptero. Quando não é a mãe que faz tudo pela criança, tem a avó, mensalista ou babá. A criança nem respira e já chega uma ajudinha, sem precisar.

Aqui, na Holanda, os parquinhos ao ar livre tem muitos bancos. As mães sentam e conversam, fazem novas amizades ou leem livros. As crianças brincam livres e nunca vi nenhuma caindo. Se cair, levanta. Chile, Londres e Madrid também são assim.

Por falar em parquinhos, as crianças brincam muito ao ar livre. Nada de passear em shopping.

Vale a pena ler o livro:” The happiest kids in the world!” Outro muito bom é: “Crianças francesas não fazem manha.” Os dois são uma bela aula sobre criação de filhos mais independentes – holandeses e franceses.

Rotina

Minha família no Brasil está bem acostumada com a rotina das meninas e super aceita isso … ufa!

No Brasil e no Chile, as crianças dormem mais tarde. Quando cheguei em Londres, a Valentina dormia às 20h30. Me senti a “menas maim” logo na primeira semana ao descobrir que as crianças dormiam às 19h. Em Madrid, as crianças dormem bem mais tarde, principalmente no verão, quando o sol vai até às 22h.

A rotina é muito importante para o bem-estar da criança e família. Me dê apenas uma razão … por quê eu devo manter minhas filhas acordadas depois das 19h30? As minhas filhas dormem às 19h30 em qualquer país do mundo que nós estivermos. Faz bem para elas e para nós, pais. Depois que elas dormem, ainda temos que fazer comida, colocar a roupa para lavar, arrumar a casa, jantar, tomar banho, Netflix ou ler livro.

Morar em um país seguro é libertador

Quando vou ao Brasil, fico freak-desesperada-biruta que alguém vai roubar minhas filhas ou que pode ter um assalto a qualquer momento, e sei lá qual será a reação delas. Na praia. Na rua. No aeroporto. Em qualquer lugar, eu não desgrudo.

Migs, é muito, mas muito libertador morar em um país seguro. Realmente, não tem dinheiro no mundo que pague eu levar minhas filhas a pé para a escola – mesmo embaixo de chuva ou neve – e não em carro blindado parada por horas mo trânsito.

Aqui, na Holanda, as crianças são bem independentes e com oito anos vão de bicicletas sozinhas para a escola. É incrível mesmo!

Escola pública/ Escola Internacional

A Valentina fez metade do Reception em uma escola pública, em Londres e a outra metade em uma escola britânica, em Madrid. É maravilhoso e prazeroso criar filhas fora da bolha, convivendo com diferentes culturas e religiões. Aqui, elas não estão na escola pública, porque é em dutch. Não faz o menor sentido a cada vez que mudarmos, elas irem para uma escola local. Decidimos por mantê-las no ensino em inglês, seja lá qual for o país. Aqui, na Holanda, elas estudam em uma escola internacional e estão amando, nós (pais) também. Só no kindergarten são 20 nacionalidades. Na nursery, classe da Vic, são 20 crianças de 18 nacionalidades.

Isto é a nova nomenclatura do momento – TCK: Third Culture Kids. Joga no gooogle, migs! São as crianças que crescem em uma diferente cultura dos pais.

Faltar na escola

Depois que a criança completa 4 anos, ela é obrigada a ir a escola. Pelo menos, em Londres e na Holanda. Migs, você super rhycah vai levar seu filho a Disney pela 12vez … e viaja sem ser no período de férias. Nossa, isso aqui é impossível! Lugar de criança é na escola. Em Londres, isso é muito rígido, muito sério mesmo! A polícia bate na sua porta se você simplesmente não levar seu filho na escola, seja lá qual for o motivo. Se faltar devido a doença, tem que ter um atestado do GP (médico do bairro).

Remédios

Aqui, na Europa, não se pode comprar remédio. Isso mesmo, só com receita. Muitos poucos sem receita. Antibiótico? Só se estiver morrendo, juro! No Brasil, qualquer gripe já dão um combo de remédio. Imagina se fosse algo grave?

Eletrônicos

Esse tópico é conversa para horas e horas. Vamos começar do começo: ipad não é brinquedo. Celular para criança, muito menos. Já vi criança de oito anos que sabe o modelo do meu celular. Oi?Em casa, não tem horário estipulado para o ipad, realmente porque elas não tem muito interesse. Ele mais me salva nos longos voos, de 12h, sozinha com as duas!

Viva as diferenças!

Sao inúmeras diferenças entre cada país:

  • O bebê de seis meses toma água no copinho, de transição.
  • Leite de vaca a partir de 12 meses e no copo.
  • Larga a mamadeira por volta de 12 meses.
  • Coloca a roupa sozinho com 2 anos.
  • Come sozinho antes dos 12 meses.
  • Come a comida da casa com 10 meses.
  • Sai do berço para a caminha com 12 meses.
  • O espanhol já come o delicioso jamón antes dos 12 meses.
  • Na Holanda, nao tem almoço nas escolas. As maes mandam sanduíches na marmita.
  • Nas festinhas em Londres, o ápice da comida gostosa é quando chega o pepino e a cenoura. Ai que deprê!
  • Na Holanda, as crianças comem muito pimentão – de todas as cores – cru!
  • O desfralde é mais tarde do que no Brasil, somente com quase três anos, no verão.
  • No Brasil nao come ovo antes de 12 meses, aqui come assim que começa a introdução alimentar.
  • As crianças em Londres não tomam suco. Não tem suco nas escolas e nem nas casas. Só água.
  • Em Londres, na escola das meninas, tinha muita, mas muita uva passa. Parecia Natal, quando enfiam uva passa em tudo!
  • Alfabetização: 4 anos de idade em Londres.
  • Pediatra: em Londres e Amsterdam é especialista. Parece óbvio, mas não é? Você só pode ir, se o seu GP (médico do bairro) der uma carta de autorização. Em Madrid e Santiago, se quiser ir ao pediatra é só pagar; médico privado. Em Amsterdam, nem pagando, migs.
  • Falar: as crianças acabam falando mais tarde, porque convivem diariamente com dois a três idiomas.

Querida amiga-mãe-expatriada, tem mais uma infinidade de diferenças. E o que seria do mundo se não fossem as diferenças, não é?

💙🧡💛💚🖤

Expatriada: Você não trabalha? Que vida de dondoca, só gasta o dinheiro do marido … quem dera fosse assim!

Amiga-mãe-expatriada,

Tem uma palavra, muito feia, chamada culpa, que todo mundo carrega aqui, do outro lado do oceano.

Eu tenho certeza que no Brasil, você tinha sua casa, família, amigos e um emprego. Não importa se era muito ou poco seu salário, mas era seu e você batalhou muito por ele! Até que um belo dia chega e … você não recebe mais salário.

Fica aquela falta. Sabe a falta que a falta faz? Ela causa um nó na garganta bem difícil de engolir. Você se sente inútil. Vem aquele sentimento de culpa. E esse é o assunto dazamigas de todos os países que eu morei.

Não adianta falar que na sua casa é diferente, porque não é. Todas as expatriadas carregam ou já carregaram essa culpa (poucas bem resolvidas com isso!).

Eu já ouvi: “Você não trabalha. Não faz nada. Só gasta todo dinheiro do seu marido!” Calma … migs, não foi dele – óbvio! Mas no fundo esse é o pensamento da maioria das pessoas quando pensa em uma vida expatriada, adiciona aí suas fotos lindas e dhyvas em vários países, nas redes sociais. Combo perfeito para dar o que falar.

Atualmente, eu trabalho (já falei aqui!) mas já fiquei bons meses sem trabalhar nos países que morei (buscando emprego).

No dia que bater aquela deprê, me liga ou leia isso:

Emprego do marido/namorado/ whatever. Eles não teriam o emprego que tem senão fosse você. Isso mesmo! Poucas mulheres largam toda uma vida (família e carreira), para começar do zero em outro país. É ter muito peito, sim!

Doenças. Eu sempre falo: “Novo país. Novos vírus”. Aqui faz muito, mas muito frio longos meses do ano, as crianças pegam muita gripe e virose. Fora as casas, apartamentos e ambientes antigos do Velho Mundo, cheio de ácaros. As crianças brincam muito ao ar livre, não importa se a temperatura está negativa ou chovendo. Quem cuida? Você!

Mudança. Escolheu a casa nova. Novo país. Iupi! Quem faz a mudança? Você!

Serviços domésticos. Meu marido super me ajuda mas eu duvido que seu marido faça todos serviços domésticos. Quem faz? Você!

Escola. Meu marido deixa as meninas dois dias da semana na escola, e eu levo e busco os demais. Em Londres, ele deixava e eu buscava todos os dias. Quem faz na sua casa? Você!

Comida. Tem homem que adora cozinhar, mas quem faz a comida do dia a dia na sua casa? Você!

Mercado. Eu não piso no mercado, meu marido quem faz as compras. Mas, migs, demorou cinco anos para esse acordo. Quem faz qs compras na sua casa? Você!

Criança acorda de madrugada. Quem vai lá porque o marido precisa dormir para trabalhar no dia seguinte? Você!

Férias. Aqui, na Europa, tem muitos “breaks” durante o ano  e dois longos meses de férias de verão. É para deixar qualquer mae louca. Quem fica as férias todas com as crianças? Você!

Malas para viajar. Finalmente uma viagem, isso quer dizer, uma semana sem lavar roupa e louça. Uhuuu! Quem faz as malas das crianças e até do marido? Você. Ah, desfazer as malas também, claro!

Playdate. Quem leva e busca nos playdates? Quem marca playdate em casa? Você!

Burocracias. Quem faz todas as coisinhas chatas no novo país? Marido está ocupado no trabalho. Você!

Festinha de amiguinho. Quem compra presente, leva e fica na festinha? Você!

Roupa das crianças. Quem presta atenção que está suja ou precisa de roupa nova? Você!

Vacinas. Uma curiosidade: nós temos quatro cadernetas de vacinação, de diferentes países em diferentes línguas. Na sua casa, quem cuida disso e leva para vacinar? Você!

Família vem visitar. Quem tem que entupir a geladeira, arrumar casa, quarto e banheiro? Você!

City Tour. Quem tem que mostrar a cidade toda para a família do marido, enquanto ele trabalha? Você, até eles aprenderem a se virar.

Babá. O marido quer ser romântico e te chama para sair. Quem tem que arranjar babá? Você!

Aí você escuta … “Nossa, que vida maravilhosa na Europa, você não faz nada!”. É de chorar, e chorar muito! Ninguém enxerga – muitas vezes nem o marido valoriza – o super trabalho de uma expatriada.

De vez em nunca, você tem uma folga e resolve passear. Tem vontade de comprar aquele casaco lindo, que vai usar 10 meses no ano … mas aí vem a danada da culpa com tudo! “Eu não trabalho. Como assim vou gastar o dinheiro do meu marido?”.

Amiga-mãe-expatriada, você tem vontade de fazer massagem, cortar o cabelo, fazer a unha, sair dessa vida de Gata Borralheira e pensa … “Eu não trabalho. Como assim vou gastar o dinheiro do meu marido?”

Migs, o dinheiro do seu marido não é dele, é de vocês. Não importa se você não trabalha. Com certeza, foi uma decisão em conjunto sair do país e começar uma nova vida em família. Ele pode trabalhar focado e viajar 122mil países durante a semana, simplesmente porque você cuida da pohhhha toda, certo? Isso mesmo. Simples assim.

Se você está começando uma nova vida, em um novo país, minha recomendação é conversar com seu marido – como será nossa situação financeira? Tenho amigas que preferem uma “mesada” do marido, outras sentem vergonha e gastam o dinheiro que ficou na conta do Brasil, outras gastam metade no cartão e metade em dinheiro (para o marido não perceber), outras só gastam em dinheiro, outras prestam contas de todas as compras e as poucas (caríssimas!), que são muito bem resolvidas, ligam o f….!

Essa situação é “provisória definitiva”. Você não sabe quando vai arrumar emprego e nem quanto tempo vai morar naquele país. Também nao pode planejar seus sonhos, porque nao sabe onde estará daqui a um mês ou no próximo ano. Vive a vida de partner – nome do visto dado em função do marido.

Uma dia, minha filha mais velha, de 5anos, ficou presa dentro do vagão do metro, em Amsterdam. A porta fechou e o metro andou. Eu estava ao lado de fora com minha filha mais nova. Sabe desespero da vida? Sei lá se ela iria descer no próximo ponto. Pior ainda, não fala dutch. Enfim, contei sobre isso e escutei: “Pelo menos foi em um metro na Holanda, não no Brasil”. Outra vez, a mesma filha teve uma convulsão em Londres, eu tinha acabado de chegar e não sabia o número da emergência (dica: primeira coisa a saber no país!). O que eu escutei? “Pelo menos foi em Londres”. Migs, óbvio que temos problemas diferentes na Holanda, em Dubai, na Austrália, na PQP. Eles são problemas diferentes do Brasil … mas eles não deixam de ser problemas.

Algumas amigas comentam que se sentem “emburecendo” por não trabalhar. Não estão! Migs, é muito aprendizado para a vida toda.

Portanto, para você, aí do outro lado do oceano, que julga uma expatriada e nunca viveu nada disso … por favor, pague nossas contas (já que não podemos gastar o dinheiro do marido), lave nossas roupas e louças, cozinhe para nós todos os dias, cuide dos nossos filhos, procure a melhor escola e faça a integração dos nossos filhos, faça novas amigas para você, faça novos amigos para seu filho, tente explicar 122mil vezes para os nossos filhos o motivo de não morarmos no Brasil,  more em um flat por meses com duas crianças pequenas, limpe nosso quintal, procure um emprego novo (tenho amigas que estão buscando há nove meses/um ano), leve nossos filhos ao médico ou ao hospital de madrugada quando o marido viaja, aprenda uma, duas, três novas línguas, estude sobre a cultura de cada país. Quando você cansar … comece tudo isso do zero, novamente, em um novo país. Fiz isso em Santiago, Londres, Madrid e Amsterdam nos últimos cinco anos. O seu sonho é muito diferente da nossa realidade.