Mãe expatriada X Carreira internacional

Querida amiga-mãe-expatriada,

azamigas me perguntam quando tenho tempo para escrever meus posts … no trem. Passo 2h30 por dia no trem (quarta e quinta) indo e vindo do trabalho. Escrevi esse post e fiquei um bom tempo pensando no título. Migs, você pode ser mãe expatriada, mas não terá uma carreira promissora internacional. Você pode ter uma carreira e ser mãe, mas com certeza não será uma mãe expatriada (deve estar morando no Brasil, agora). Uma amiga expatriada (a Pri da Alemanha) postou essa semana – a vida é feita de escolhas, e o mais difícil é não escolher!

Mãe expatriada X Carreira internacional

Realmente todo sonho de uma mãe é ter um trabalho bem remunerado e tempo para os filhos. Este também sempre foi o meu sonho.

Já trabalhei em casa (como mãe – sim, isso é um trabalho árduo e não remunerado), em Santiago e Madrid. Já trabalhei fora em São Paulo, Londres e Amsterdam. Óbvio que é muito, mas MUITO mais fácil trabalhar fora. A fase mais difícil da minha vida foi na licença maternidade da Vic, em Londres. Meu marido viajava quase toda semana para 122mil países. Eu ficava sozinha (sem família, sem empregada e sem babá) com as duas filhas e tinha somente 3horas por semana de cleaner.

Migs, para você, que está no Brasil, agradeça de joelhos essa vida de ter família, empregada, babá e/ou diarista por perto. Tenho amigas que tem uma dessas opções e outras que tem todas essas opções. Sem MIMIMI, porque é uma grande e bela ajuda. As mães expatriadas não tem nenhuma dessas opções, a realidade por aqui é fodástica fora das redes sociais.

Cada uma sabe o que é melhor para sua vida. Eu, realmente, não consigo ficar sem trabalhar fora. Sou filha de uma super-mega-ultra-power mãe de RH, mega empoderada, viajava muito a trabalho, sempre foi bem sucedida e se virava/ ainda vira nos 30 e 122mil para fazer acontecer. Maieeee, aqui vai meu eterno obrigada, sem traumas de filha única.

Se para você, não trabalhar fora de casa está tudo bem, aqui vai meu SALVE! Você é muito evoluída. Eu ainda não cheguei nesse ponto. Por favor, me ensina, sério.

Já falei nesse post AQUI sobre a minha saga para conseguir um emprego na minha área, na Europa. Não foi fácil e nem é fácil. Aqui vai minha trajetória …

Santiago

No Chile, eu consegui trabalho depois de NOVE meses buscando. Aí mudamos para Londres …

Londres

Eu trabalhei para a mesma empresa durante dois anos, em Londres (7h30 – 16h30. Sim, eles permitiam horário flexível para as mães).  Meu marido deixava as meninas na escola, e eu buscava. Quando ele viajava, a Misa/ Lipa (minhas salvadoras da pátria!) chegavam as 6h da manhã em casa para eu poder sair. Eu morava em West London e trabalhava na City, ficava 2h30 no transporte público por dia – aproveitava para ler livros (um/ dois por semana). Na volta, eu literalmente saia correndo para buscá-las na escola, pois custava 5 POUNDS o minuto de atraso – isso mesmo! Pegavas as duas, dava o jantar, banho e cama as 19h … sim, Migs, minhas filhas sempre dormiram super cedo porque eu tenho que ter uma vida que não se resuma a serviços domésticos e filhas. Quase todas as noites, a Vic acordava com crises de asma ou eczema. E eu? Bom, eu estava em pé maquiada e arrumada as 5h30 da matina pronta para um novo dia! Se esses dois anos foram fáceis? Não, jamais, mas eu faria TUDO de novo simplesmente pelo enorme aprendizado e crescimento.

Madrid

Mudamos para Madrid e não trabalhei porque meu NIE (RG local) não saiu durante os seis meses que moramos lá.

Amsterdam/ Rotterdam

Quando mudamos para a Holanda, passei um mês e meio organizando a vida (rotina e adaptação da escola das meninas) e voltei a fazer algo por mim: trabalhar fora! Migs, depois que a gente vira mãe, ainda mais em outro país, fica cada vez mais difícil fazermos algo que gostamos, sabe?

Eu trabalho para o mercado de TI – tecnologia da informação. Esse mercado é bem aquecido por aqui. Não procurei emprego, mas fiz duas entrevistas para outras empresas que me acharam pelo LinkedIn. Recebi uma proposta de trabalho ótima.

A empresa que eu trabalhava em Londres tem nove escritórios no mundo, e para a minha sorte/ destino tem também em Rotterdam, na Holanda. Em outubro de 2017 recebi uma offer letter, novamente. Por isso, Migs, é muito importante não sair brigada de nenhuma empresa. Quer dar piti? Se tranca no banheiro, grita e siga o baile com educação britânica 😉

Mude o mindset e seja feliz.

Nao sei como traduzir em português – mindset. Migs, se você é uma mãe-expatriada tem que mudar o mindset ou não será feliz nunca. Nunca terá uma vida leve, essa é a verdade. Happy wife. Happy family!

Demorou MUITO para eu entender que: quem tem uma carreira é o meu marido. Atualmente, eu não tenho mais uma a carreira promissora, tenho um emprego que eu amo (carreira internacional) e sou feliz assim. Simples assim!

Se você acha que eu não sou feminista-empoderada-queimadora de sutiã? Não, Migs, muito pelo contrário. Eu já tive um carreira promissora, já fui bem sucedida e viajava a trabalho para o Vale do Silício (maior centro de tecnologia da informação no mundo, na California), Miami e vários estados do Brasil. Fiz uma faculdade, uma pós-graduação, três especializações e um MBA. Sempre fui focada em carreira, mas a vida é feita de escolhas, e hoje, essa não é mais minha escolha. Não se pode ter tudo nessa vida, já dizia minha mãe.

Em janeiro deste ano, minha chefe conversou sobre uma promoção e eu disse NÃO. Um não que doeu em mim por dias e dói até hoje. Chorei muito. Fiquei quieta e pensativa por longos dias.

Se eu morasse no Brasil, claro que eu teria uma carreira promissora, e poderia ter dito SIM para minha chefe. Minha mãe, meu sogro e/ou cunhada poderiam me ajudar com as meninas. Eu não teria que fazer TODOS os serviços domésticos (até minhas mãos e pés eu faço). Minha vida seria MUITO diferente.

Morando fora do Brasil é IMPOSSÍVEL ter uma carreira fodástica. Simplesmente, porque tenho um marido que viaja quase todas as semanas para outro país, não tenho família para ajudar, tenho a Thais (que mega me ajuda!) algumas horas na semana e  tenho duas filhas que são meu bem mais precioso. Se eu aceitasse ser promovida, teria que viajar toda semana para algum país e quem criaria minhas filhas? Hoje, finalmente, eu tenho um balanço. Um emprego que amo na minha área, ótimo salário e o melhor de tudo: flexibilidade em estar mais tempo com minhas filhas e marido. Isso não tem dinheiro no mundo que pague.

Se eu queria de volta a minha carreira promissora? Óbvio que já quis por muitas vezes, mas confesso que as oportunidades que minhas filhas tem morando fora do Brasil são impagáveis. Portanto, HOJE não tenho. Porém, como sigo na minha área e com experiência internacional … quem sabe amanhã, quando elas tiverem maiores, certo?

Essa não é uma realidade somente minha. Tenho MUITAS amigas pelo mundo afora (aliás, Migs, se você vai se mudar ou mora em algum país que já morei, me manda mensagem que eu te apresento azamigas) e sempre conversamos sobre isso. Posso contar nos dedos, de uma mão, as minhas amigas mães expatriadas que trabalham fora de casa.

Migs, claro que se você mora fora do Brasil, seu marido volta do trabalho cedo a noite e pode lhe ajudar com as crianças, ainda tem certeza que não vai ficar pingando de país em país … é possível, sim! Mas, não é meu caso.

Meu marido me apoia MUITO no trabalho. Por exemplo, quando ele pode, vai buscar as meninas, fica em casa para eu ir para uma reunião importante. Já fui a Londres duas vezes, a trabalho esse ano, e ele saiu mais cedo e se virou (assim como eu me viro). Não é que ele somente leva as meninas na escola, mas faz as lancheiras, trancas e laços nos cabelos … um homão da poha! Agora, ele está na Copa do Mundo com os amigos. Ele merece! 😉

Rotina

Sobre a nossa rotina, na Holanda.

As meninas estudam das 8h30-15h30. Eu moro em frente a escola – sim, é maravilhoso! Levo e busco as meninas na segunda, terça e sexta. Na quarta e quinta, meu marido leva e a Thais (baba querida) busca. Eu trabalho na segunda, terça e sexta até as 15h30. Fico com elas durante a tarde (playdate e atividades), e quando dormem (19h30) trabalho mais um pouco. Na quarta e quinta-feira eu trabalho em Rotterdam. Compro meu almoço no mercado da estação de trem e não saio da mesa. Nesses dois dias, eu trabalho MUITO para nos outros dias conseguir fazer playdate, passear e tomar sorvete com as meninas em um dia raro de sol.

Muitas vezes preciso atender um telefonema ou fazer um call no meio da tarde. Tudo é via video conferência. A empresa toda, praticamente, conhece as minhas filhas porque basta eu colocar o fone de ouvido e falar em inglês que as duas voam para a tela do computador para dar tchau e mandar beijo. Mico total!  Óbvio que no começo, eu suava sem parar, ficava desesperada, atordoada e até não me achava uma boa profissional. Hoje? Bom, hoje eu mostro as duas, falo para mandarem beijo e sigo no call. Vou fazer o quê? Estou muito acima da minha meta (Q1 e Q2), e no final o que importa, para a empresa, é o resultado.

Contratempos? Milhares. Sem contar as vezes que ficam doentes, trezentos breaks/ feriados no ano, as novecentas atividades escolares, as quatrocentas viagens do marido, e para me enterrar de vez, agora … NOVE SEMANAS DE FÉRIAS!!!!

Migs, eu passo maquiagem, um batonzão vermelho, coloco um colar tcharan e sigo o baile … pelo menos, faço de conta que sou plena nessa vida zero glamour de mãe expatriada que trabalha fora 🙂

Pediatras pelo mundo afora

Querida amiga-mãe-expatriada,

Para começar, eu não sou médica. Trabalho na área de TI. Então esse post é apenas para relatar as minhas vivências boas ou ruins nos países que morei. Esse assunto é TENSO … sempre estamos preocupadas com a saúde dos filhos em qualquer lugar do mundo.

Também acho que o que é bom, sempre é bom passar para frente, desde energia boa até as indicações. Todas as vezes que mudo de país, fico na saga da busca por um Pediatra.

Então vou te ajudar, bora lá!

São Paulo, Brasil

Super mega ultra indico o Dr. Luiz Bellizia. Se não fosse ele, sei lá o que teria sido da minha família. Ele é mega competente e natureba.

Dr. Luiz Bellizia

+55 11 5572 1328

 +55 11 99635 3048

No meu segundo dia em casa com a Valentina, Migs, o que eu fiz? Liguei para ele e disse: “Bellizia, a Valentina está com soluço. E agora?” Hoje eu choro de rir com essa história. Portanto, aqui vai meu SALVE para essa profissão maravilhosa de aguentar as mães loucas!

Se você mora no Brasil, agradeça 122mil vezes, porque JAMAIS em outros países vai fazer consulta (pergunta/foto/whatever) via whatsapp. Isso é surreal!

Santiago, Chile

O Chile tem sistema de saúde público e privado. Não utilizei o sistema público, somente o privado. A empresa que o meu marido trabalhava, na época, pagava o plano de saúde. Porém cada ida ao médico/ emergência deixávamos MUITO dinheiro. Migs, sério! Era um absurdo e eu não entendia nada do cálculo no final: plano de saúde responsável por X + seguro obrigatório (público mas pagava) responsável por Y + você pagando na hora e doente 80% da conta. Ainda saia com a receita da farmácia para deixar mais um bom dinheiro.

Valentina começou na escolinha lá com 1 ano de idade, em Santiago. Com isso, todos os vírus possíveis e imagináveis vinham na malinha dela. Ía somente das 14h às 18h, na verdade, mais faltava do que frequentava. Também pegou rotavírus e o marido estava trabalhando na Suiça. Resultado: internação e eu sozinha. Aproveitei para pegar também. Quando ele voltou, pegou também. Aff! Pude contar com a ajuda das minhas amadas amigas: Celina, Dani, Crix e Ana. ❤

Nós tínhamos uma pediatra na Clinica Alemana (esse hospital é tipo o Einstein em SP). Ela viu uma mancha branca no bumbum da Valentina e disse que era vitiligo. Indicou uma dermatologista top-fodástica-best-ever e esperei um mês e meio para a consulta. Paguei mais uma mini fortuna. Fez exame e deu o diagnóstico de vitiligo. Migs, eu sei que é uma doença auto-imune e de “ruim” é só a parte estética. Enfim, comecei o tratamento com a pomada XPTO.  Passamos por três meses e fomos ao Brasil. Meu querido sogro marcou numa médica super competente e experiente em vitiligo, em São Paulo. Também a levamos ao nosso querido pediatra. Resultado: não era vitiligo, somente uma mancha de nascença.

Migs, essa é a parte “chata” de morar fora. Você não tem referência de médico alguma. Tem que confiar e seguir o baile de acordo com o sistema de saúde local.

Portanto, nesse post, prefiro não indicar nenhum médico no Chile.

Londres, Inglaterra

Em Londres tem sistema de saúde público e privado. Você tem que estar inscrito legalmente no GP (médico do bairro). Qualquer necessidade, é só ligar e marcar consulta. Se estiver alguma doença grave, o GP irá autorizar sua ida a um especialista – por exemplo pediatra. Isso mesmo, Migs! Se você acha que é só ligar e marcar pediatra, não é. No sistema de saúde público não pode. No sistema privado, tem que ir com uma carta de autorização do sistema público, caso contrário uma consulta sai por £500 (2500reais!). Com essa cartinha é possível o plano de saúde autorizar o reembolso. Então, Migs, senta, chora, retoca a make e siga o baile!

A Valentina sempre foi super saudável e nunca precisei de médico especialista. Graças a Deus! Há muitos anos ela não toma antibiótico. Tivemos somente um belo susto! Quando tinha quase dois anos, teve uma convulsão febril (não desejo que nenhuma mãe veja essa cena). Chamei a ambulância que chegou em menos do que 5 minutos. O atendimento e acompanhamento foram maravilhosos do sistema público.

A Victoria tem asma e eczema (dermatite atópica). O sistema público me autorizou levá-la a um especialista privado. Migs, ele é o mais top-ever-amazing-fodástico de Londres em alergias.

Dr. Gideon Lack (Alergologista) 

Portland Hospital

Fone: + 44 20 7390 8347

Madri, Espanha

Em Madrid, tem o sistema público e privado de saúde. Ambos são MUITO bons! Já levei as meninas em emergência no hospital público algumas vezes e sempre o atendimento foi super rápido e ma-ra-vi-lho-so!

A Lele, amiga queria, me indicou um pediatra MUITO bom. Migs, anotem!

Dr. De Moreno

Clinica Sendas

Fone: +34 913 76 70 40

É um senhor zero simpático mas com muita experiência, que praticamente curou a asma da Vic e eu serei eternamente grata. Em Londres, ela tinha duas a três crises de asma por mês – ohhh céus!!! Ele receitou um remédio preventivo e pediu para tirar a lactose somente do leite, da mamadeira. Super funcionou. Em um ano, ela teve duas crises mas no auge do inverno/neve da Holanda.

Amsterdam, Holanda

Migs, se você na Holanda, “tamujunto”. Me chama para um abraço!

Aqui só tem o sistema público de saúde. Você tem que pagar um seguro obrigatório por pessoa, mas criança não paga . Sai na média 100 euros por mês, para cada adulto. Se inscrever no huisarts (médico do bairro), rezar, plantar trevo em casa, comprar figa, acender vela e fazer simpatia para que seu médico seja bom. Migs, esse médico vai cuidar da sua família toda e te passar para um especialista (só em caso de quase morte!). Ufa, até o momento, tive sorte. A minha é ótima! 😊

Eu adoraria levar minhas filhas ao pediatra, queria que meu marido fizesse check-up, gostaria de muitas outras coisas …. mas não importa se você pode pagar, simplesmente guarde seu dinheiro, aceite a situação e ponto final. E tem mais, não EXISTE na Holanda aquela mega power drogaria onde você pode comprar N tipos de remédios. É tão complicado para médico especialista, na Holanda, que tenho amigas que levam os filhos para a Bélgica, juro!

Migs, só posso desejar MUITA saúde para você! 🙏🏻

Festinha de aniversário de criança fora do Brasil

Querida amiga-mãe-expatriada,
quem ama uma festinha de aniversário de criança? Euuuu! Já fui e fiz festinhas em todos os países que moramos. Somos uma família festeira! 😉

Brasil

Festa Valentina 1 ano
Migs, eu não preciso detalhar aqui o que é um casamento 😉 … ops festinha de criança no Brasil, certo? É um mercado que movimenta muito, mas muito dinheiro. Vai desde a mãe de família que faz coxinha/ brigadeiro em casa até a mega ultra power empresa de eventos.
Eu morei no Brasil até 31 anos de idade. Meu “mindset” era esse tipo de festão. Saímos do Brasil quando a Valentina tinha oito meses, e no aniversário de 01 ano voltamos SÓ para fazer a festa dela no Brasil.
Uma amiga querida, Ló (obrigada!), emprestou o salão de festas do prédio e fizemos um festão. Era um lindo sábado de sol. Acho que foram umas 60 pessoas. Uau! O tema foi Circo – eu amo circo e fiz aula durante quatro anos. Aluguei suportes para a mesa, docinhos, bolo mega power, pula-pula, piscina de bolinha, palhaça, mágico, carrinhos de cachorro-quente, mini-pizza e sei lá mais o que … ufa, cansei!
A festa foi incrível. Rodeada de muito amor. Precisava de tudo isso? Migs, hoje eu tenho certeza que NÃO precisava. Esse tipo de festa não faz parte dos meus valores atuais e o que quero passar para minhas filhas.

Valentina 1 aninho!

😉

O Circo!

 

Chile

Festa Valentina 1 ano
Amiga-mãe-expatriada, marquei a festa no Brasil porque achava que em quatro meses não iria conhecer ninguém para a festa de aniversário da minha filha. Adivinhem? Claro que o salão bombou! 😉
Morava em prédio e fizemos no salão de festas. Não pagava para alugar, só tinha que entregar limpo. Minha BFF do Chile, a Celina, também tem uma filha da mesma idade e fizemos a festa juntas. Salgadinhos, docinhos, bolo compartilhado, amigos e muito amor ❤
 
Curiosidades
As festinhas são em casa com a família e amigos.
✔ Cada criança ganha uma party bag.
✔ Tem MUITA comida, nada comparado ao Brasil mas tem.

Niver Valentina e Nina

Cachorro-quente, coxinha e pao de queijo.

Londres

Mudamos para Londres em maio, e no mês de agosto Valentina completou 2 anos.
Festa Valentina 2 anos
No dia do aniversário, encontrei minhas amigas com filhos no parquinho, que sempre íamos, para cantar parabéns. Foi demais!
No dia seguinte, fizemos a festinha em casa. Uma amigona do Brasil (Pri obrigada!) fez um kit festa ma-ra-vi-lho-so de fada. Comprei docinhos. Minha BFF de Londres, Paulinha, fez cupcakes , eu fiz o bolo e toda decoração. Chamei amigos e minha vizinha. Um dia lindo de sol no meu quintal. Valentina AMOU!

Festinha Fadas

Festinha em casa, em Londres.

Parabens Valentina!

Festa Valentina 3 anos
Em 2015, estava grávida da Vic e o meu due date era o mesmo para as duas filhas. Pois é, mega coincidência! Resolvi marcar a festa um pouco antes, porque não queria correr o risco dela ficar sem festinha de aniversário. Afinal ía fazer três anos e já entendia tudo. Minha mãe chegou na sexta, e sábado fizemos a festa em casa. Eu estava com 38 semanas. Convidamos os amiguinhos brasileiros, alguns da escola e minha vizinha. O tema foi Afternoon Tea – super british! Minha querida amiga Giuli (obrigada!) deu de presente o kit festa. Fiz o bolo. Comprei salgadinhos e docinhos brasileiros. Também coloquei cenoura e pepino, presentes em toda festinha na Inglaterra. Valentina SE ESBALDOU!

Parabens Valentina!

Tea Party! Migs, fiz tudinho 😉

Tem foto mais fofa do que essa? Chloe, Valentina e Michael.

Eu, Valentina, minha mae e Vic na barriga (38 semanas).

Festa Valentina 4 anos/ Victoria 1 ano
Valentina faz aniversário dia 04 e Vic 10 de agosto. Portanto, fizemos a festa das meninas juntas. Oba, bela economia!
O tema era Candy Land/ Balinhas.
Convidei os amiguinhos da Valentina e Vic. Nesse ano, não iria mais caber em casa, porque as crianças tinham idades e necessidades diferentes. Aluguei um salão – migs, é um salão do governo que não tem nadica. Foram 3horas de festa, sendo que eu tinha 30minutos antes para montar e 30minutos depois para limpar. A Misa, Lipa, minha Mae, Tamyris (prima de Recife) e marido me ajudara muito. Arrumamos tudo em 30minutos, suadeira sem fim. Chamei dois animadores e as crianças brincaram de mágica, dança das cadeiras e no parquinho. Super hiper mega ultra simples e divertido!
Tinha coxinha, quibe, pão de queijo e docinhos. Não sobrou nada, somente a tal da cenoura e pepino, presentes em toda festinha por lá.

Parabens Valentina (4) e Victoria (1)

Iupiiii!!!

Coloquei as frutas em cones de sorvete.

Cenoura, pepino, pipoca, quibe, coxinha e pao de queijo. Humm!

Curiosidades:
✔ Todas as festas tem pepino e cenoura
✔ Raramente tem comida para os pais. Somente água.
✔ As festas duram de 2h a 3h no máximo.
✔ Alguns pais deixam os filhos e buscam no final. Não entram na casa nem para um bolinho.
✔ Migs, se você confirmou TEM que ir! A mãe está contando com sua presença.
✔ As crianças ganham de presente livros ou brinquedos, mas não passa de 15 pounds. É possível comprar muitas coisas legais com esse valor.
✔ O mais importante não é o presente, mas o cartão. Britânico ADORA dar cartão para tudo. No aniversário, eles capricham mesmo. Tem lojas só de cartões. Guardei todos os cartões que ganhamos na Inglaterra com todo carinho ❤

Cartões lindos de aniversário.

✔ No final, as crianças ganham party bag – uma sacolinha com balas, adesivos e algum brinquedo de plástico bem básico mesmo e AMAM! Só as brasileiras capricham nesse quesito.
✔ As festas são em casa, parque ou parquinho indoor.
✔ Não tem docinho. Só o bolo. Cupcake já é um belo upgrade.
✔ As crianças não vão “emperequetadas”. Afinal, a festa é para brincar.
✔ Raramente tem animador. Normalmente, brinca com os brinquedos da casa mesmo.
✔ Não existe buffet infantil.
 

Madrid

Festa Valentina 5anos/ Victoria 2 anos
Migs, em Madrid faz muito calor em julho e agosto. Então, fiz a festa das meninas na piscina. Com certeza, foi a melhor e mais barata de todas! 😊
Era um dia lindo de 42 graus. Chamei os amiguinhos para a mega ultra power piscina rhycah do nosso prédio.
Teve water ballon, bolo de cenoura com chocolate, pão de queijo, coxinha, docinhos e muita água para todos os lados. Montei uma toalha no chão para as comidas, em caixotes de madeira. Valentina queria dos Minions, para a Vic o chocolate do bolo era mais importante do que o tema. As crianças se divertiram MUITO!

Sol, piscina, bolo de cenoura com chocolate, brigadeiro, pão de queijo e coxinha. O que poderia ser melhor?

Aazamiguinhas(os).

 
Curiosidades
✔ A comida das festinhas em Madrid é zero natureba. Sempre hot dog com fritas ou hamburguer com fritas.
✔ As festinhas duram até 3h.
✔ Normalmente, o aniversariante convida todos os amiguinhos da classe.
✔ As festas são em casa ou parquinho indoor.
✔ Cada criança contribui com €5 e uma mãe compra um presentão para o aniversariante. Isso é para os amiguinhos da escola.
A party bag é sempre lotada de chuches (balinhas).
✔ Zero decoração. Somente as brasileiras decoram.
✔ É comum juntar dois ou três aniversariantes da sala para fazer a festa em conjunto.
✔ Não tem docinhos, nem cupcakes. Somente bolo.
✔ Não existe buffet infantil.
 

Holanda

Aqui já fomos em muitas festinhas de aniversário. Teve na hípica, futebol, passeio de barco e em casa. Nada, nadica comparado ao Brasil.

Festinha na Hípica, da Bia. Foi MUITO legal!

Festinha Pjeras e Lucien. As crianças pilotavam o barco. Demais!

Festinha Gui, em um parquinho indoor! Muito divertida.

Festinha Enzo, em casa, tudo feito pela minha BFF Carol.

Face painting – diversão garantida!

Curiosidades
✔ Normalmente, o número de convidados é de acordo com a idade do aniversariante. Se vai completar seis anos, serão seis crianças convidadas.
✔ As festas duram no máximo 3horas, mas já fui em uma que durou 1h30, juro!
✔ As crianças não vão emperequetadas, simplesmente porque elas brincam.
✔ Não existe buffet infantil.
✔ Tem sempre alguma comida natureba e o bolo. Quando a festa é em parquinho indoor, a comida é fritas com nuggets.
✔ Cada criança ganha uma party bag com docinhos e adesivos. Só a Carol, minha BFF da Holanda, que caprichou na party bag.

Fornedecores

Migs, fiz uma listinha de fornecedores queridos em cada país que morei. Ultra mega power indico!
São Paulo
Doces: Valdir – ele faz os meus doces desde que eu era pequena, juro! +11 99933 1545
Papelaria: Ateliê ScrapFest – Laura é minha mega amiga + 55 11 99254 1009 Instagram
Adriana é minha amigona +55 11 99532 3007
Decoração: Em todas as festas que fiz em São Paulo, sempre aluguei suportes/ artigos de decoração no D.Phillipa, na Vila Madalena. É muito prático! Eles tem um espaço enorme com tudo para escolher a vontade. Saiba mais aqui!
Flores: Vivian Perosa – minha amiga querida – saiba mais aqui!
Bolo: La Vie en Douce – saiba mais aqui!
Santiago
Bolo: Doceria Presidente Riesco – saiba mais aqui!
Salgados e docinhos: + 56 99508 3682
Londres
Docinhos: Mariangela da Sweet Temptations +44 78 01 24 59 25
Salgados: Téia +44 77 69 26 14 84
Bolo: Eu 😉
Cupcake: Minha BFF de Londres, Paulinha + 44 74 02 64 55 88
Entretenimento: Em Londres tem milhares de opções, mas indico a Blossom & Bee – saiba mais aqui!
Decoração: Comprei muitas coisas no site Pretty Little Party. Saiba mais aqui!
Madrid
Bolo: Minha amiga querida Dea, da Bake Cake Factory. Saiba mais aqui!
Docinhos: Minha outra amiga querida da BrigadeiRICO. Saiba mais aqui!
Decoração: Eu 😉
Holanda
Bolo: Bjenkorf são lindos e deliciosos – saiba mais aqui!
Docinhos: Ale, querida, da Brigadeiro Gourmet – saiba mais aqui!
Pão de queijo: deliciosos e já vem em saquinhos da Cheesebread.nl – saiba mais aqui!
Salgados: Groen and Co – saiba mais aqui!
Fotógrafa: minha super amiga Luciana +31 629 13 26 67. Site e Instagram
Decoração: a Carol, minja BFF da Holanda, morou 12anos em Singapore e fazia festas lindas. Agora, faz festas ma-ra-vi-lho-sas na Holanda. Saiba mais aqui!
Migs, que vocês tenham festinhas mega divertidas e cheias de amor pelo mundo afora! 😉

5 anos morando fora do Brasil

Querida amiga-mãe-expatriada,

Hoje faz CINCO anos que saímos do Brasil. Uau! Como passa rápido. Nem eu acredito como já passou tanto tempo. E nesse tempo, aprendi muito e aprendo diariamente. Sou MUITO agradecia por todas alegrias e perrengues – sim, tiveram muitos perrengues também.

Eu nunca quis sair do Brasil – nunca, que fique bem claro! Infelizmente, hoje não passa pela minha cabeça voltar – só em caso de doença na familia.

Hoje, exatamente nessa data, vendo toda essa situação da greve dos caminhoneiros no Brasil, me bate um certo desespero. Poxa, minha família e azamigas estão lá! O euro batendo 4,65 reais e eu escuto vários comentários “Que maravilha! Você ganha em euros”. Ledo engano. Isso quer dizer, cada vez fica mais difícil da nossa família e amigos virem nos visitar. E nós só vamos uma vez ao ano (Natal/ Ano Novo) para o Brasil.

Migs, não consigo listar todos os aprendizados, mas seguem algumas atitudes/valores que me incomodam profundamente:

Parar de meter o bedelho no que não é seu!

De uns anos para cá parei de comentar/ discutir nas redes sociais e reportagens. Pois é! Eu adorava ir lá e dar minha opinião, por sinal, que ninguém pediu. Também já fui bloqueada, há quatro anos, por duas “bluooogueiras” porque fiz um comentário nada a ver – certa elas! Hoje só marco azamigas nos memes da vida.

Teve um episódio que me fez parar. Era uma reportagem sobre a babá ter que usar branco para entrar no Clube Pinheiros, em São Paulo. Lá fui eu – me achany a dona da verdade – e escrevi: “Eu acho que em primeiro lugar, ela devia estar de folga e os pais cuidando dos filhos pelo menos no final de semana. Em segundo lugar, blá, blá e blá. Em terceiro lugar, mais blá”. Thiago leu e me perguntou: “Você mora no Brasil? Não. Você é sócia do clube? Não. Você tem ou já teve babá? Não. Então, porque está se metendo?” Migs, é bem por aí … realmente, me dei conta o quanto isso já fazia parte da minha vida. Todo mundo adora palpitar sobre tudo. Eu também adorava. Todo mundo adora controlar sua vida. Eu também adorava. Mas eu não sou todo mundo – já dizia minha mãe, quando eu pedia algo (certo, Maiê?).

Sabe com quem está falando?

Uma vez, um cara no aeroporto de Recife bateu no vidro para o trabalhador, que tirava a mala do caminhão e colocava na esteira, colocar a dele primeiro. Oi?

Outra vez, em Porto de Galinhas, o cara que se acha mais importante do mundo estava na piscina. O garçom passou e ele mandou – isso mesmo, mandou! – pegar o celular, que estava em cima da mesa,  e trazer para a piscina.

Vi um video chocante em um beach club, em Jurerê, onde o garçom lavava os pés do homem – super pobre de educação – com champagne caríssima.

Uma vez eu estava na Praia dos Carneiros. A comida, da mesa ao lado, atrasou. O dono do mundo disse ao garçom: “Eu sou juiz, se você não trouxer agora, vou mandar te prender”. Fiquei com TANTA dó do garçom que não tem a menor culpa daquele ser não ter educação.

Já vi briga no avião por assento e tiveram que chamar o Comandante. Hello!

Já vi uma briga de porrada no cinema porque a outra pessoa estava conversando. Fim dos tempos!

Na minha formatura da faculdade, teve uma briga porque dois moleques torciam para times de futebol diferentes. As cadeiras voavam no  meio da festa, em cima dos avós. Pode isso?

Na cidade de Quipapá, onde passei minha infância no interior de Pernambuco, a polícia federal descobriu um rombo de muitos milhões de reais. Afetava até a merenda da escola. Nessa mesma cidade, o Padre virou prefeito e hoje é rhyco sei lá como …

O famoso jeitinho brasileiro.

Já trabalhei quatro anos em Hotelaria. Diariamente os hóspedes pediam para fazer a nota fiscal maior do que o valor correto, para pedir reembolso na empresa. Claro, que eu não fazia!

Eu trabalhava em Marketing e precisava fazer uma impressão grande para a empresa. Fiz uma cotação e a gráfica disse que poderia me pagar 5,000.00, em dinheiro, se eu fechasse com eles. Oi?

Uma médica deu um atestado que a pessoa estava com uma pinta “perigosa”, mas no final era para o plano de saúde cobrir o botox.

Outro médico deu um atestado de tumor no seio, mas era para colocar silicone.

Conheço muitas pessoas que não pagam TV a cabo, e tem TODOS canais liberados em casa.

Carteirinha de estudante. Isso ainda existe mesmo? Para que? Já que 80% deve ser falsa.

No Natal passado, alugamos uma casa, em Porto de Galinhas, pelo site OLX. Tinha contrato. Fizemos o depósito. Foi um golpe, Migs!

A pessoa estaciona o carro na vaga de deficientes e sai andando normalmente.

Senta na cadeira do metrô e finge que dorme quando entra um idoso. Em Londres, eu liguei para pedir meu broche “Baby on Board” (bebe a bordo) – com esse broche pode sentar em cadeira preferencial – e mandaram direto para minha casa. Perguntei se não precisava mandar atestado de gravidez, ele disse: “Para que? Se você falou que está grávida, é porque está gravida”. Migs, imagina isso no Brasil?

Na nossa casa de Londres, o forno quebrou. Liguei para o dono da casa. Ele deu uma champagne com um cartão de pedido de desculpas, e provisoriamente comprou um forno menor enquanto o maior não ficava pronto.

Minha mãe alugou o apartamento para uma empresa, em Recife, quando saíram levaram tudo, não pagaram e estava tudo quebrado. Teve outro inquilino que levou até a pia, juro!

Consegui transferir meu visto para a Holanda. Me perguntaram: “Por quê?”. Sou brasileira, não somente na Copa.

Segurança é tudo nessa vida.

Uma vez eu, meu sogro e Valentina estávamos chegando, de carro, no Rio. Na Linha Amarela, os carros voltavam na contra-mão e um ônibus estava sendo incendiado. Desesperador!

Nessa mesma viagem, estávamos em Niterói. Meu sogro entrou em uma rua sem querer, um cara QUERIDO em uma moto disse que era uma favela e pediu para o seguirmos para a saída. Salvador da pátria!

Eu saio para jantar, mesmo muito tarde, de metro/ tram com jóia – aliás, minha mãe me deu as dela porque não tem onde usar no Brasil.

Em Londres, a noite, eu tinha mais medo de ver uma raposa do que ladrão. Aqui, na Holanda, eu tenho mais medo de ver rato do que ladrão.

Quando eu morava no Chile, era SUPER seguro há quatro anos. Hoje tem o tal de “homem aranha”. Ele sobe pela varanda e entra nos apartamentos. Roubam tudo! Tem até um filme sobre isso – Ninas Arañas.

Um dia eu estava esperando o trem, na Holanda, e veio um cara me elogiar (em dutch!). Eu já agarrei minha bolsa achando que era assalto e fui ver se meu computador ainda estava na mochila. Até a moça ao meu lado morreu de rir. E eu morri de vergonha por toda situação.

Quando eu falo para um colega de trabalho sobre carro blindado … eles falam que nunca viram pessoalmente, só em filme!

Na Bélgica, a Rainha anda de bike. Em Londres, os políticos usam o transporte público. Na Holanda, tem uma sala reservada na estação de trem para a realeza esperar o mesmo trem que os demais.

Óbvio que tem batedor de carteira, roubo e etc … mas não vivemos nessa paranóia maluca.

Preconceito.

Não adianta falar que brasileiro não é preconceituoso. É sim, e muito!

Já tive que escutar que a culpa é dos nordestinos que vão para o sudeste do país – detalhe: minha família toda é de Recife e eu sou “wanna be” pernambucana. Aliás, Maiê, pisou na bola nessa, hein? Eu queria ter nascido lá.

Sem contar as redes sociais, as pessoas se acham muito corajosas e donas da verdade atrás de um computador/ telefone e saem por aí escrevendo os maiores absurdos da humanidade.

Migs, deixa eu te contar … tenho a oportunidade (sou muito agradecida por isso!) de conviver e trabalhar com pessoas de diferentes religiões. Hindus que não comem carne de vaca, mulçumanos que praticam ramadan (aliás, não suporto quando alguém fala algo contra mulçumanos), judeus ortodoxos, pentecostais e tantas outras. Ninguém tenta impor a própria religião. Cada um com sua fé e segue o baile da vida.

Aprendi muito sobre diversidade, acima de tudo o RESPEITO. Não somos da mesma nacionalidade, mas eu respeito a sua cultura e você respeita a minha cultura. Sem julgamentos.

Aprendo muito com minhas filhas que tem amiguinhas(os) de diversas nacionalidades. Para elas, não faz a menor diferença o que a pessoa veste, ganha, compra ou onde mora. No final, todas brincam juntas!

Faça você mesmo!

Tenho uma amiga brasileira que mora nos EUA, Re Dahese, que sempre fala isso: “Como pais fora do Brasil, não temos ajuda então fazemos tudo. A boa consequência disso é que ficamos muito mais conectados como família e os filhos crescem mais independentes”.

O brasileiro acha o serviço ruim em toda Europa. Migs, deixa eu te contar: aquele modelo submisso que vai desde a sua casa até o garçom do restaurante não existe no resto do mundo. A aeromoça também não trabalha só para você. Quantas vezes você escutou: “Estou pagando”.

Se você gerou mais lixo do que devia, vai ter que levar no “lixão” do bairro e pagar por ele. Isso mesmo, pagar por cada kilo.

Se vai comprar móveis, você mesma pode montá-los.

Se você sujou, você limpa!

Essa cultura enraizada de tirar vantagem, casa grande e senzala, humilhar os outros, não respeitar a Lei e achar que é o dono do mundo … não faz mais parte da vida da minha família há cinco anos. Graças a Deus!

É claro que temos outros problemas, aqui, do outro lado do mundo. É claro que muitos exemplos desses acontecem em vários  países, mas com certeza em menor quantidade. É claro que toda regra tem a sua exceção.

Enfim, eu morro de saudades do Brasil, mas essas pequenas GRANDES coisas me incomodam muito. A única certeza que eu tenho é que Deus é brasileiro, e está lá junto com minha família e azamigas! 💙💚💛

 

Rotina – não seja refém da sua própria casa

Querida amiga-mãe-expatriada,

nossa vida é puro glamour, certo? Isso é o que todos pensam. Mudou para a Europa e ficou rhycah! A melhor de todas: “Você ganha em euros – 4 vezes mais do que o real”. Sim, migs, mas nós gastamos em euros, também. Quando eu ganhava em pounds, na Inglaterra, uma vez chegou a sete vezes o valor do real. Nesse dia, virei a Rainha da Inglaterra e esqueceram de me avisar. Rhycah feelings!

Confesso, que eu também tinha outra visão. Achava que seria mais fácil, menos perrengue. Migs, é zero glamour! Se você pensa em um dia morar fora do país, saiba que não existe mordomia e ninguém vai fazer nada para você. Você acha que chega o final de semana e eu deito no sofá? Rá! Quem dera ter essa vida.

Faz cinco anos que saí do Brasil e demorei uns bons anos para entender que é necessário ter uma rotina. Para facilitar, na verdade, ser “menos pior”.

Lavar as roupas

✔ Nunca, jamais lave as roupas todos os dias. Oh céus! Isso não é vida. Além disso, sabe qual é o valor da energia? Caríssimo. Pega esse dinheiro e vá  dhyvar em outro país!

✔ Lave as roupas duas vezes por semana. Sim, o cesto vai transbordar, mas e daí? Deixa ele lá te olhando e saia desse campo de visão. Compre um cesto maior. O meu é enorme! Eu lavo as roupas aos domingos e quartas.

✔ Varal – usamos mais de “cabaninha” do que varal. Aqui é muito úmido, a roupa não seca no varal do lado de fora. Dentro de casa, seca mais rápido. Eu enfio tudo na máquina de secar. Se vai encolher? Só enfiando para saber. Se encolheu, aquela blusinha mara de péssima qualidade não era para você. Migs, isso é destino.

✔ Dobrar e guardar a roupa. Eita, serviço que é um saco fazer! Mas se você não fizer, ninguém vai fazer por você. Já deixo uma caixa do AH (supermercado local) em cima da máquina de secar. Vou tirando e dobrando. Depois carrego a caixa para os quartos e facilita a vida.

✔ Sabão Neutro. A Vic tem eczema, então usamos sabão neutro. Não separo as roupas por cor, porque em casa é tudo colorido (minha cara!) e eu também tenho mais o que fazer. Um sabão para roupa branca, outro para colorida, amaciante … estou fora! Prefiro passear.

Sabão neutro na Holanda.

Mercado

✔ Tarefa do marido. Oi?! Migs sua loka! Cada um tem a sua tarefa em casa. Ele adora ir ao mercado, também tem TOC e passa em todas os corredores, gente, todos! Portanto, não piso no mercado.

✔ Compra online. Em Londres, eu comprava no Ocado – melhor mercado online! Entregavam toda sexta. Na Holanda, não compro porque o aplicativo é em dutch. Analfabeta feelings!

✔ Mercados. No Chile, eu comprava no Jumbo. Em Londres, no Ocado e Waitrose só quando estava rhycah. Em Madrid, comprava no Carrefour. Na Holanda, compro no Albert Heijn e Jumbo.

✔ Não vá ao mercado com fome. Você vai comprar mais do que necessário! Faça uma lista.

✔ Despensa. Faz muitos anos que não vejo uma. Nem sei mais o que é isso. Aqui, falta espaço. As frutas vencem em 2 dias. As carnes e legumes em quatro dias. As pessoas compram apenas o essencial. Não existe compra do mês. Afinal, país pós-guerra tem outra mentalidade. Depois de cinco anos fora, fico admirada quando vou ao Brasil e vejo aquela fartura na mesa e despensa.

✔ Sacola. Vá com sua sacolinha reciclável para o mercado. Não sei como está no Brasil agora. A sacolinha já foi e voltou 122mil vezes.

Geladeira – esse assunto vai render!

✔ Geladeira americana. Thiago fez MBA em Michigan, em 2010 compramos toda a casa lá para trazer no container. Minha mãe nos deu uma geladeira maravilhosa: americana, gigante, de família enorme e rhycah! Usamos quando moramos no Brasil. Levamos para o Chile, claro que não cabia no apto. Compramos uma menor. O que fizemos? Doamos para a igreja católica.  A igreja tinha um galpão, onde dormiam as “puertas adentro” que moravam com a família de segunda a sábado. Elas eram de outros países e não tinham onde dormir. Era um galpão enorme com as camas. Me partia o coração, e parte até hoje ver essa “escravidão”.

✔ Geladeira na Europa – super estreita e dentro do armário. A geladeira é em cima e o freezer embaixo. Quando cheguei em Londres e vi aquela geladeira mini, fiquei chocada! Em Madrid, o apartamento já tinha geladeira. Doei geladeira, TV, comida e outras coisas de casa para a igreja evangélica. Eles ajudavam muitas e muitas famílias de imigrantes. Por sinal, quem quiser ajudá-los, clique aqui! Migs de Madrid, liga para a Juliana Berriel Freitas + 34 672 181 113. A Ju é uma querida! Se você chegou agora em Madrid e precisa de ajuda, ligue para ela também 😉

Na Holanda, nós vivemos com essa geladeira mini. Tia Nara e Tio Erico, queridos, nos deram uma geladeira vintage da Brastemp e meu marido usa só para cerveja. Migs, é libertador seguir o baile da vida sem fartura!

Nosso freezer na Holanda.

Cozinhar

✔ Você pode cozinhar todos os dias, mas vai ficar refém da casa. Eu quero mais é viver! Só cozinho duas a três vezes na semana. A comida não é fresca todos os dias, mas te garanto que minha cuca é fresca.

✔ Há meses que eu não pico alho, cebola e legumes. Na Holanda, vende tudo picadinho. Uma mão na roda! Já pensou comprar uma cenoura? Tem que lavar, ralar, cortar e cozinhar. Tchau cenoura, coelho pode comer.

Limpar a casa

✔ Duas vezes na semana

A Thais, querida, faz seis horas na semana de cleaner para mim. Em um dia, de três horas, ela limpa a casa toda, aspira, passa pano e tira pó. No dia seguinte, em três horas, ela troca todos lençóis e toalhas. Lava as roupas e passa as camisas de Thiago. Eu limpo a casa os outros dias da semana.

Minhas filhas comem na mesa, mas a Vic derruba demais comida no chão. Eu acabo usando muito o aspirador de pó de mão. Foi uma dica da Paulinha (BFF de Londres), muito prática.

No Brasil, é um produto para isso e outro para aquilo. A conta sai caríssima. Aqui na Europa, não precisa de tudo isso.

Viakal é vida aqui, na Europa. Como a água tem muito calcário, ele limpa toda aquela parte branca manchada.

Limpar o quintal

✔Duas vezes no ano.

Em Londres e Amsterdam moramos em casa. O landlord (dono) da casa de Londres limpava meu quintal duas vezes no ano. Deixa eu contar: dono aqui … limpa e cuida. Não espera que o outro faça, afinal ele é o dono.

Aqui, na Holanda, o marido da Thais limpou super bem.

Lavar a louça

✔ Máquina de lavar, como eu te amo! Enfio tudo nela (Celina, isso mesmo!).

✔ Lavar a mão: somente mamadeira.

Passar roupa

✔ Uma vez na semana. Só as camisas de Thiago e alguns vestidos das meninas. Não passamos nada de roupas das meninas,  minhas, lençóis e toalhas.

 

Querida amiga-mãe-expatriada, torne sua vida o mais prática possível. É tudo uma questão de rotina. Assim vai sobrar tempo para passear cazamigas e viajar em família. Oba!